27 de janeiro de 2014

Bel Laurito do Coletivo Pra fazer diferente - UNICAMP, manda o recado direto do ato "Sem direitos, não vai ter Copa", em 25/01/2014:



ESSA UNIVERSIDADE É COLORIDA: TROTE RACISTA NA UNIFESP!


                                                                                                         Coletivo “Necessidade de Lutar”

Na sexta feira 17/01, estávamos todos reunidos em frente a UNIFESP- Baixada Santista, na recepção dos primeiros calouros 2014, em clima de felicidade, vimos muitas famílias chegando e muitos sorrisos nos rostos desses novos estudantes universitários, é tudo que se pode senti quando ingressamos em uma universidade pública, gratuita e de qualidade, mas só que não. Enfrentamos cotidianamente muitos problemas dentro e fora da universidade, como por exemplo, estrutura do campi precarizada, ar condicionado e elevadores quebrados, falta de segurança, falta creche... Esses novos calouros também vão se deparar com esses problemas e perceber que nem tudo é mil maravilhas no ensino público quando se tem que pagar aluguel caríssimo por que não temos moradia universitária.  Eis que além desses problemas, os calouros são recepcionados com a sutileza da opressão. Essa sexta-feira passada uma garota foi vitima de racismo! Enquanto estavam pintando os que já tinham se inscrito, um veterano joga tinta branca nessa caloura e diz "ESSA UNIVERSIDADE É BRANCA" e que " AGORA ELA (caloura) FICOU BRANCA".
Vivemos muito tempo de escravidão no país. E hoje depois de muita luta o racismo é crime, mas infelizmente nem por isso o país deixou de ser racista. Há mais de 50 anos o Apartheid na Africa do Sul acabou, depois de muitas exigências do movimento negro. E ainda vimos uma segregação e uma divisão entre brancos e negros. O índice de assassinatos de negros no Brasil é gritante, segundo o IPEA, os negros são 70% das vítimas de assassinatos no Brasil.
Em 2012 houve uma luta histórica do movimento que exigiu do governo cotas raciais nas universidades públicas. Foi uma conquista parcial pois sabemos que essa politica tem muitas limitações como a falta de assistência estudantil. Mas hoje os negros que são 4% dos estudantes de ensino superior, tem uma chance maior de entrar na universidade, já que teve uma pressão maior por conta do racismo em não ter uma escolaridade de qualidade. Quando passamos pelos corredores da UNIFESP ou entramos nas salas de aula vimos que a quantidade de estudantes negros é minima e ainda quando recebemos novos calouros a recepção é com preconceitos e opressão.

 Achamos que o lugar dos negros e de todos jovens é dentro da universidade mesmo sabendo que hoje ela é "branca" e elitista, lutaremos para que se torne de todas as cores e de acesso livre a população. Estamos cansados de trotes racistas, homofóbicos e machistas! Exigimos retratação do opressor! Racismo é crime! Queremos uma universidade livre, democrática, publica, gratuita e de qualidade para todos! E que nenhum calouro seja oprimido devido a esses trotes OPRESSORES!

1º ato contra as injustiças da copa em SP: repressão e a promessa “Na copa vai ter luta”!

            

                                    De João Pedro Mendonça do Coletivo Pra fazer diferente - UNICAMP



Neste 25 de janeiro, dos mais de 30 atos convocados em todo o Brasil contra as injustiças da copa do mundo, São Paulo protagonizou o maior deles e, coincidentemente, o mais reprimido.Foram 3.000 manifestantes que se concentraram às 17h no MASP, onde estava armado um acampamento de ativistas, que tomaram as ruas da capital paulista. Independentes ou com os seus coletivos e organizações, sejam estudantis, de professores, bancários, trabalhadores da saúde ou como os sem-tetos do acampamento Esperança de Osasco/SP, ativistas do combates às opressões como as mulheres do MML, negros do Quilombo Raça e Classe, todos juntos entoavam gritos denunciando que no país da copa o que está em jogo é o desdém de todos os governos aos problemas da população e que o mega-evento só tem desgraçado ainda mais essa dura realidade.

Faltam menos de 5 meses para a abertura da copa e aparentemente as reivindicações de junho foram esquecidas por Dilma Roussef. Enquanto a presidente repete todos os dias que “Vai ter copa”, a juventude e os trabalhadores seguem perguntando se vai ter educação, saúde, transporte e moradia de qualidade? A resposta nos é negativa, pois quando olhamos apenas para os gastos dos estádios, estes já ultrapassam em 50% a previsão inicial, por conta da corrupção e dos superfaturamentos das obras. Vemos então, mais dinheiro público que deveria ir para os serviços públicos, sendo gentilmente entregue as empreiteiras e outros tantos setores privados envolvidos com a Copa, que o povo brasileiro assistirá em casa.

Pra defender a Copa dos ricos e o país das injustiças: muita repressão!


Os governos teimosos em não atenderem às justas reivindicações, vêm mostrando como pretendem dialogar, com repressão! Mas ontem, a Polícia Militar de Geraldo Alckmin se superou e passou dos limites! Antes do ato, cada quarteirão da extensa Avenida Paulista contava com cerca de 15 policiais militares e com outras centenas acompanhando o ato desde a sua concentração, completando cerca de 2.000 soldados destacados para a operação.

A manifestação seguia até à Praça Ramos e passava pelo Theatro Municipal pacificamente até que a PM atacou suas primeiras bombas e uma grande nuvem de fumaça se formou sobre os manifestantes. Independente do pretexto utilizado pela PM em atacar, ela estava decidida em acabar com o ato, pois quando os manifestantes tentavam sair da confusão, se deparavam com todas as ruas ao redor cercadas com destacamentos policiais.

Quem seguia pelo centro de São Paulo via o clima de terror instaurado pela PM na sua caça aos manifestantes, deixando ruas intransitáveis pelo gás de lacrimogêneo, viaturas por todo o lado, detendo 135 manifestantes e alvejando com duas balas de arma de fogo o estudante da Unifesp, Fabrício, que encontra-se hospitalizado em estado grave na UTI.

Dilma e Alckmin, suas bombas não nos calarão!


A desmedida atuação da PM de Alckmin só fez aumentar o ódio à essa famigerada instituição filha da ditadura militar e aumentar o volume do grito pela imediata desmilitarização das polícias. Contudo, sabemos bem que a atuação da polícia contava com uma motivação política de impedir a manifestação de acontecer e terminar tranquilamente, pois Dilma e Alckmin não querem que a população retome o gosto de tomar as ruas massivamente como fez em Junho do ano passado e ameace a realização da Copa do Mundo. 

Mas são eles que dia após dia, manifestação após manifestação, não param de nos dar motivos para saírem às ruas em defesa dos nossos direitos e do futuro que sonhamos! 

A próxima manifestação em São Paulo contra as injustiças da Copa do Mundo já está marcado para 22 de fevereiro, e com ela o recado para a truculência dos governos: Na copa vai ter luta!


26 de janeiro de 2014

Estamos com Fabrício!

Repressão em São Paulo usa arma de fogo e deixa jovem baleado






Nem só com bala de borracha e spray de pimenta reprime a polícia militar

O jovem Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, de 22 anos, foi baleado por policiais militares na noite de 25 de janeiro em São Paulo, depois da manifestação que contou com cerca de 3000 pessoas e se desenvolveu de maneira pacífica da Paulista até o centro da cidade, quando a polícia militar interveio com a truculência e desproporcionalidade já conhecida por nós, desde Junho do ano passado.

Fabrício é mais uma vítima da violência da polícia militar de Alckmin, que depois do protesto e das mais de 100 prisões se pronunciou defendendo a ação policial dizendo “a polícia agiu firmemente no sentido de evitar uma tragédia na praça da República”.

Tragédia é o que aconteceu com Fabrício! Segundo a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde o jovem está internado na UTI, ele foi atingido por dois disparos de arma de fogo, um no tórax e outro na virilha, que o fez perder um dos testículos.


Chega de bomba e repressão é meu direito estar na manifestação

O governo Dilma, em aliança com os diversos governos estaduais está cumprindo sua promessa de muita repressão para garantir a "Copa da Paz”, para preservar a ordem, o governo já lançou diversas ações; inquéritos policiais que relacionam ativistas com organizações criminosas, o projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo para prender manifestantes e a nova portaria aprovada pelo governo que regulamenta o uso das Forças Armadas em manifestações sociais na qual os “movimentos sociais reivindicatórios” passam a ser, considerados, como é dito no documento, “forças oponentes”.

Mas o que vimos em São Paulo neste dia 25 foi além disso, três PM’s armados e treinados, contra um jovem, que para “se defenderem” dispararam dois tiros de arma de fogo. Essa é a função da polícia militar em nosso país, alguns relatos de moradores alegam que os policiais gritavam para matar Fabrício.

Queremos a desmilitarização da polícia e o fim da tropa de choque!

O que aconteceu com Fabrício é rotina para a juventude preta e pobre da periferia, porque essa polícia não existe para garantir segurança - não esqueceremos nossos Douglas e Amarildos. Para nós discutir a desmilitarização da PM é parte fundamental da luta contra criminalização e pelo direito à manifestação, que os polícias tenham os mesmos direitos e deveres que qualquer cidadão, que essa polícia civil seja controlada pela população e o fim da tropa de choque!

#Da copa eu abro mão!


Abrimos mão da copa do mundo por Fabrício, abrimos mão da copa por nossos direitos e estaremos ao lado da juventude em luta. Vamos torcer e lutar por mais transporte, moradia, saúde e educação, por um Brasil com direitos sociais. Podemos garantir: dia 25 de janeiro foi só o começo e os governantes que se preparem porque no que depender da juventude #Nãovaitercopa!