24 de fevereiro de 2013

Estudantes da PUC SP realizam ato contra a intervenção da Igreja na Universidade com a presença de cardeal.


Estudantes fazem protesto durante a missa.

                Na última sexta-feira (22), os estudantes da PUC SP realizaram um ato em favor da democracia e contra a intervenção da igreja na universidade. O ato iniciou com uma manifestação silenciosa em frente à capela da universidade, local onde estava ocorrendo uma missa presidida por Dom Odilo Scherer, cardeal e arcebispo de São Paulo. Os estudantes se posicionaram em frente ao local com mordaças na boca e cartazes que pediam a renúncia da atual reitora, Anna Maria Marques Cintra.

                Após o término da missa, o cardeal, juntamente com os demais fiéis, fez uma procissão até o Pátio da Cruz (pátio da universidade) para a ressacralização da cruz. Foram surpreendidos com centenas de estudantes que, após a celebração, protestaram e cantaram palavras de ordem contra a nomeação da reitora e por uma educação laica.
                As mobilizações na PUC SP começaram após Dom Odilo nomear como reitora a última colocada nas eleições, Anna Cintra. Os estudantes iniciaram o movimento chamado Democracia na PUC SP, que se posiciona contrário à intervenção da Igreja na universidade que já foi palco de importantes lutas nacionais a favor da democracia, como a luta contra a Ditadura, por exemplo. Diante desse contexto, estudantes, professores e funcionários ficaram em greve geral por mais de um mês no final do ano passado.
                Já no início desse ano a reitoria tomou duras medidas em repressão ao movimento, como a colocação de arame farpado no portão da universidade, a pintura das pichações e grafites que existiam nos muros, a publicação de um ato que proibia a realização de manifestações e eventos públicos sem autorização prévia e o fechamento do auditório em que estava sendo realizada a semana de recepção dos calouros do curso de Direito, a fim de impedir o acontecimento da palestra sobre Democracia na PUC SP.
Ressacralização da Cruz com Dom Odilo, no pátio da PUC.
                A intervenção da Igreja na PUC SP só vem aumentando nos últimos anos, com a criação, por exemplo, do CONSAD, conselho administrativo que toma as principais decisões da universidade e é composto por dois padres de sua mantenedora, a FUNDASP, a pela reitora, e com a proibição da realização de pesquisas que tratassem da legalização do aborto ou de pesquisa com células tronco, temas que vão à contramão da doutrina católica.
                A ANEL estava presente no ato de sexta-feira e compõe a luta dos estudantes da PUC SP, entendendo que a luta por democracia também compreende a luta pela redução das mensalidades, pela assistência estudantil, por melhores condições de trabalho para os professores, por bolsas insitucionais e pela democratização do acesso à universidade.
                Convocamos todas e todos os estudantes da PUC SP para a Assembleia Geral dos Estudantes que acontecerá dia 26/02.
                Por uma universidade pública, laica e de qualidade!

19 de fevereiro de 2013

Nota de repúdio das Entidades Estudantis do Paraná às ações do M.P. e do governo do PSDB em São Paulo com os estudantes da USP.


Nota de repúdio das Entidades Estudantis do Paraná às ações de repressão do Ministério Público, Governo de São Paulo e Reitoria da USP que criminalizam estudantes e trabalhadores.

Após quase 30 anos do termino da ditadura militar que mergulhou nosso país em anos obscuros, percebemos que atitudes de nossos representantes e autoridades remetem a tal período, na tentativa de desclassificar e marginalizar movimentos sociais, apoiados pela elite dos tempos da ditadura, incluindo-se os grandes barões da mídia nacional.

A denúncia apresentada pela promotora Eliane Passareli no último dia 5 à Justiça acusa 72 estudantes e trabalhadores detidos durante a violenta reintegração de posse do prédio da reitoria da USP em novembro de 2011, de quatro tipos de crimes diferentes, inclusive o de formação de quadrilha. Tais acusações tentam criminalizar os estudantes e trabalhadores que combatiam a presença da PM no campus da universidade, além de tachar todos os que lutam por melhores condições de bandidos, pois ao acusa-los de formação de quadrilha subentende-se que estes são criminosos, podendo, caso ocorra à condenação, abrir precedente para a criminalização dos movimentos sociais em todo o Brasil. Além de ter sua luta distorcida pela imprensa conservadora e reduzida à defesa do consumo de drogas ilícitas dentro do campus, dessa maneira, desfoca o quão nociva é a militarização do espaço universitário que na prática fere a autonomia universitária independente de qualquer interpretação da legislação.

Episódios de repressão veem sendo recorrentes no governo Alckmin/Serra contra aqueles que não se enquadram no padrão elitista de sociedade, como ocorreu na impetuosa reintegração de posse do Pinheirinho (janeiro/2012) e prédios do centro antigo da cidade de São Paulo, na higienização da Cracolândia, nas periferias onde a PM é acusada de vários assassinatos e agora os ataques se dão ao movimento estudantil, evidenciando uma tentativa em disseminar o medo entre estudantes e trabalhadores que lutam, não só à comunidade acadêmica da USP, mas a todos e repete a coerção que os estudantes sofreram na mesma universidade nos anos de chumbo da ditadura militar.

A Regional paranense da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (ANEL) e O Coletivo Inquietude Livre (CI-LIVRE!) que luta pelos estudantes da Universidade do Centro Oeste do Paraná (Unicentro) REPUDIA esta ação vergonhosa e sem sentido que busca calar as vozes daqueles que se inquietam, e ainda se solidariza e entra nesta luta assinando a PETIÇÃO (http://www.avaaz.org/po/petition/Pela_retirada_imediata_da_denuncia_do_MP_aos_72_estudantes_da_USP_por_formacao_de_quadrilha/?cqeIxbb) que exige a retirada de todos os processos contra estudantes e trabalhadores e pelo fim da perseguição política na USP que passa pela extinção do decreto de 1972, criado sob o regime militar e insistentemente utilizado pela reitoria para fundamentar os processos e sindicâncias que ainda vigoram contra estudantes, funcionários e diretores do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP).

Força Companheiros, esta luta também é nossa!

Guarapuava, 14 de fevereiro de 2013.

ANEL – Regional Paraná
CI-Livre!

14 de fevereiro de 2013

VETERANO NÃO É DONO DE CALOURA!



Neste dia 6 de fevereiro a ANEL-SP e o MML (Movimento Mulheres em Luta) promoveram a primeira reunião para a campanha contra os trotes machistas para o início de 2013. Esta foi uma reunião auto organizada pelas ativistas mulheres da ANEL-SP a partir de nossa executiva estadual e contamos também com a presença do Movimento Mulheres em Luta e diversas outras ativistas feministas do movimento estudantil de São Paulo, tais como companheiras do DCE da USP, da secretaria de mulheres do DCE Unifesp, do coletivo Pra Fazer Diferente da Unicamp, do coletivo Marias Baderna da USP, do coletivo feminista Lélia Gonzalez e da Frente Feminista da USP.
O papel que cumpriu esta reunião foi além de nos fortalecer enquanto feministas, dar um pontapé inicial para uma campanha estadual contra os trotes machistas nas universidades e escolas. O início dos períodos letivos vem acompanhado dos tradicionais trotes, que deveriam ter como intuito a integração entre os calouros com a comunidade universitária. Nem sempre é assim! Não é raro sabermos de trotes que expõem as calouras a situações machistas que as humilham. São freqüentes os leilões de bixetes onde os veteranos dão seu lance para tentar comprar as calouras e outras “brincadeiras” carregadas de conotações sexuais sobre o corpo feminino. Esses trotes só reiteram e naturalizam o que nós mulheres vivemos cotidianamente na sociedade, que é a objetificação de nossos corpos, que deveriam estar à disposição dos homens.

Por isso chamamos a todas as ativistas do movimento estudantil (e chamamos também aos homens) para que nesse ano letivo de 2013 comecemos dando uma resposta uníssona ao machismo que ainda sobrevive impunemente nas universidades. Diversas entidades já têm como programação de suas calouradas atividades que pretendem discutir este tema com cada caloura e calouro. Participe conosco e envolva seu Centro Acadêmico, DCE, coletivos e grêmios desta campanha. Entre em contato com a ANEL-SP e saiba como organizar também em sua escola ou universidade.

INTEGRAÇÃO NÃO É OPRESSÃO!

Entre em contato com a ANEL SP:
anelivresp@gmail.com

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Conheça o Movimento Mulheres em Luta:

6 de fevereiro de 2013

Os estudantes tem direito à lutar! Nota de repúdio ao Ministério Público de São Paulo.

Assembleia na USP em 2011.
No dia de ontem, 05/02/2013, um dos maiores ataques ao movimento estudantil da Universidade de São Paulo foi concretizado pelo Ministério Público: a acusação dos 72 estudantes que estiveram na ocupação da reitoria da USP em 2011 por formação de quadrilha, danos ao patrimônio e descumprimento da ordem judicial.
Nós, da ANEL, repudiamos completamente tal ação, assim como as declarações de Eliana Passarelli; a promotora, que em suas falas chama os estudantes de bandidos e criminosos!Não temos duvida que esse é um ataque a organização dos estudantes que manifestam suas opiniões e se movem por suas reivindicações dentro da universidade e fora dela.

Vimos ao longo da gestão de João Grandino Rodas uma forte perseguição ao movimento estudantil e de trabalhadores, fazendo coro a política do PSDB, em São Paulo, de criminalização dos movimentos sociais. Essa ação não vem descolada dessa política; que colocou a cavalaria, helicópteros e etc dentro da USP para retirar menos de 100 estudantes de uma ocupação; que desapropria terrenos com toda truculência possível, agredindo a população mais pobre, como no Pinheirinho; que assassina a população negra nas periferias todos os dias, com a polícia mais violenta do país; essa é a política do Governo de Geraldo Alckmin, que culmina nessa desmedida ação do M.P. contra os estudantes.


Não temos duvida de que essa ação tem como principal objetivo assustar os estudantes e derrotar com o movimento estudantil da USP, que possui um histórico de lutas e um potencial que reverbera por todo país. A principal Universidade brasileira, a mais elitizada e a de maior prestígio, passa por um difícil processo, no qual está em curso uma batalha da reitoria com qualquer movimento de resistência e de luta por um outro projeto de universidade. O que a reitoria não conta é com a força de seu inimigo que travará uma disputa sem tamanho em defesa de seu direito de lutar.


Nós, da ANEL, nos colocamos ao lado desses 72 estudantes e de mais todos aqueles que na USP se colocam contrários à esse projeto. Nos colocamos ao lado desses estudantes que há mais de um ano atrás se mobilizaram pra dizer não a política de mandos e desmandos da reitoria, a revelia dos trabalhadores, estudantes e professores. E, por isso, não temos duvida que esse movimento estudantil combativo e histórico dará uma resposta a altura até barrar esse ataque, e nós estaremos ao lado dessa luta.

Desde já convocamos a todos para se somarem à esse processo, escrevendo moções de repúdio e de apoio ao corpo estudantil da Universidade de São Paulo.


Todo apoio à luta dos estudantes e trabalhadores na USP! E pela retirada imediata da denúncia feita pelo MP. Assinem a petição:



http://www.avaaz.org/po/petition/Pela_retirada_imediata_da_denuncia_do_MP_aos_72_estudantes_da_USP_por_formacao_de_quadrilha/?cqeIxbb