Estudantes fazem protesto durante a missa. |
Na
última sexta-feira (22), os estudantes da PUC SP realizaram um ato em favor da
democracia e contra a intervenção da igreja na universidade. O ato iniciou com
uma manifestação silenciosa em frente à capela da universidade, local onde
estava ocorrendo uma missa presidida por Dom Odilo Scherer, cardeal e arcebispo
de São Paulo. Os estudantes se posicionaram em frente ao local com mordaças na
boca e cartazes que pediam a renúncia da atual reitora, Anna Maria Marques
Cintra.
Após
o término da missa, o cardeal, juntamente com os demais fiéis, fez uma
procissão até o Pátio da Cruz (pátio da universidade) para a ressacralização da
cruz. Foram surpreendidos com centenas de estudantes que, após a celebração,
protestaram e cantaram palavras de ordem contra a nomeação da reitora e por uma
educação laica.
As
mobilizações na PUC SP começaram após Dom Odilo nomear como reitora a última
colocada nas eleições, Anna Cintra. Os estudantes iniciaram o movimento chamado
Democracia na PUC SP, que se posiciona contrário à intervenção da Igreja na
universidade que já foi palco de importantes lutas nacionais a favor da
democracia, como a luta contra a Ditadura, por exemplo. Diante desse contexto,
estudantes, professores e funcionários ficaram em greve geral por mais de um
mês no final do ano passado.
Já
no início desse ano a reitoria tomou duras medidas em repressão ao movimento,
como a colocação de arame farpado no portão da universidade, a pintura das pichações
e grafites que existiam nos muros, a publicação de um ato que proibia a
realização de manifestações e eventos públicos sem autorização prévia e o fechamento
do auditório em que estava sendo realizada a semana de recepção dos calouros do
curso de Direito, a fim de impedir o acontecimento da palestra sobre Democracia
na PUC SP.
Ressacralização da Cruz com Dom Odilo, no pátio da PUC. |
A
intervenção da Igreja na PUC SP só vem aumentando nos últimos anos, com a criação,
por exemplo, do CONSAD, conselho administrativo que toma as principais decisões
da universidade e é composto por dois padres de sua mantenedora, a FUNDASP, a
pela reitora, e com a proibição da realização de pesquisas que tratassem da
legalização do aborto ou de pesquisa com células tronco, temas que vão à
contramão da doutrina católica.
A
ANEL estava presente no ato de sexta-feira e compõe a luta dos estudantes da
PUC SP, entendendo que a luta por democracia também compreende a luta pela
redução das mensalidades, pela assistência estudantil, por melhores condições
de trabalho para os professores, por bolsas insitucionais e pela democratização
do acesso à universidade.
Convocamos
todas e todos os estudantes da PUC SP para a Assembleia Geral dos Estudantes
que acontecerá dia 26/02.
Por
uma universidade pública, laica e de qualidade!