Essas
famílias foram assentadas no mandato do governo Lula, em 2006, por decisão do
próprio governo. A área
pertencia ao Grupo Abdala que, devido a dívidas com o governo, passou a ser do
INSS. Ano passado a família decidiu recorrer e, desde então, os assentados vem
recebendo pressão do Governo Federal para deixarem o terreno. Para resistir os
assentados já realizaram várias ações, como a ocupação do escritório da
presidenta Dilma, em São Paulo, e outros protestos na cidade de Americana, além
da ocupação do INCRA-SP que se iniciou em 14/01 e se mantém.
Outra iniciativa ocorreu na madrugada de hoje,
23/01, cerca de 100 pessoas do Assentamento ocuparam o Instituto Lula, no
bairro do Ipiranga. Os assentados exigem que a presidente Dilma assine um
decreto autorizando a desapropriação do terreno por interesse social, essa é a
única forma de garantir que as famílias não sejam despejadas da terra onde
vivem e trabalham há sete anos. Até agora não houve nenhum pronunciamento da
presidente. A ocupação desta madrugada gerou uma reunião com
presidente do Instituto Lula que, infelizmente, ficou só na promessa. Mas num
belo exemplo de resistência os trabalhadores afirmaram que
permanecerão no local até obterem uma solução definitiva do governo federal, o
despejo de suas casas está marcado para ocorrer a partir do dia 30 de janeiro.
A
ANEL tem acompanhado as movimentações do assentamento desde o inicio, apoiando
as iniciativas, engrossando o caldo das ocupações e declarando: inimigos do
Milton Santos são nossos inimigos! Não há dúvidas de que apenas essa unidade
dos estudantes com os trabalhadores do movimento popular poderá obter vitórias,
nas ocupações compartilhamos o sentimento de justiça e luta pela terra.
Exigimos, portanto, junto com cada assentado, a reforma agrária prometida tão
prometida pelo PT, além da desapropriação do terreno.
Lamentavelmente, até agora, Dilma tem respondido da
pior forma, pois desde o início de seu governo, desapropriou para a reforma
agrária menos que Collor(!). Os assentados esperam outra ação de Dilma, esperam
a assinatura do decreto, porém, espelhados no triste exemplo do massacre no
Pinheirinho de um ano atrás – exemplo utilizado muitas vezes nas falas dos
assentados em suas plenárias e reuniões – os trabalhadores ocupados sabem que
isso só acontecerá com muita pressão, resistência e luta, para essa batalha ele
contam com ANEL.
Os trabalhadores que estão na ocupação do INCRA e
agora no Institulo Lula estão resistindo heroicamente, mas precisam de todo o
apoio que possa ser dado. Têm garantido uma cozinha comunitária com alimentos
que foram produzidos por eles mesmos. Na ocupação acontecem oficinas de vídeo,
teatro, Hip Hop, no meio de uma incansável disposição de luta. Mas você pode
contribuir enviando recursos financeiros e materiais, moções de apoio,
divulgando a luta do assentamento, ou mesmo somando-se às atividades da
ocupação, participando ou ajudando a organizar oficinas ou atividades
cotidianas. A luta do Assentamento Milton Santos irá até o fim!
Somos todos Milton Santos!
Somos todos Milton Santos!