Nas últimas semanas, a juventude protagonizou uma histórica mobilização
em diversas cidades brasileiras. A luta contra o aumento das passagens do
transporte público atingiu imensas proporções, ganhando a opinião favorável da
maioria da população e avançando para o questionamento sobre a situação dos
direitos sociais e as imensas injustiças às quais os jovens e os trabalhadores
são submetidos no país. Nós, da ANEL, fomos parte dessas mobilizações e
apoiamos a luta dos jovens e dos estudantes em todo o Brasil.
Os jovens brasileiros ousaram lutar e conquistaram uma importante
vitória. Revogamos o aumento das tarifas em cidades importantes do país! Mas,
para isso, tivemos que enfrentar os governos e sua polícia. Foram centenas de
manifestantes presos, machucados pela violência policial, perseguidos pela
intransigência do governo e criminalizados nas mais diversas cidades do país.
Somos frontalmente contra a repressão. Não vamos nos esquecer da violência e
dos nossos presos políticos! Exigimos a liberdade imediata de todos os presos
nas manifestações e o fim de todos os processos contra os ativistas, em todo o
país! Temos direito à mais ampla liberdade de manifestação e de organização
política!
A nossa luta ninguém segura! É fora
Alckmin e sua ditadura!
Em São Paulo, centenas de manifestantes foram presos e feridos pela
polícia militar de Alckmin, com a conivência e mesmo a aprovação do governo
municipal e federal do PT. Não aceitaremos esse ataque ao nosso direito de
manifestação! Derrotamos a violência da polícia na rua e vamos seguir em luta.
Não esqueceremos e lutaremos para derrubar esse governo e sua ditadura!
Eu pago, não deveria, porque
transporte não é mercadoria!
O transporte público é um direito fundamental, que deveria ser garantido
a toda a população. O preço das passagens, porém, exclui uma parte importante
dos jovens e dos trabalhadores deste direito. Quase 40% das viagens realizadas
diariamente no país são feitas a pé. Uma parte expressiva da população
brasileira simplesmente não tem dinheiro para utilizar o transporte público!
Além disso, a qualidade do transporte é péssima. Ônibus superlotados, trânsito,
aperto que coloca as mulheres emsituaçõesde assédios sexuais, além de uma malha
ferroviária absolutamente insuficiente obrigam a população das cidades a gastar
horas e horas no sufoco. Os trabalhadores do transporte também são submetidos a
péssimas condições de trabalho, com baixos salários, uma carga horária muitas
vezes extenuante e o fardo da dupla função.
Essa situação é insustentável, e mais de um milhão de pessoas foram às
ruas para mudar essa realidade. Vencemos a luta contra o aumento das passagens,
e agora queremos avançar!
Ô Haddad, que papelão: abraçou o
Maluf e aumentou o busão!
Em São Paulo essa situação é categórica. Nos últimos oito anos, o número
de passageiros transportados em ônibus na cidade aumentou em 80%, mas a frota
diminuiu, mesmo com o valor arrecadado com as passagens tendo aumentado em 30%.
Isto é, os paulistanos pagam mais caro, mas têm acesso a menos ônibus e em
menos viagens. A população chega a passar 4 horas diárias presa em um
transporte público caro e de péssima qualidade.
Haddad, do PT, prometeu que iria garantir transporte mais barato e de
mais fácil acesso. Porém, priorizou seus acordos com os grandes empresários do
transporte e aumentou a tarifa. Após a mobilização de centenas de milhares de
pessoas, derrubamos o aumento!
Três reais não dá! Eu quero passe
livre já!
Nós, da ANEL, defendemos a aplicação do passe livre para estudantes,
jovens, desempregados e aposentados imediatamente.
Muitos jovens são obrigados a largar os estudos por não terem dinheiro
para se locomover todos os dias até suas escolas. Outros tantos não têm acesso
a eventos culturais e ao lazer porque não podem pagar. Os jovens pobres têm
seus direitos restringidos por essa tarifa abusiva do transporte público!
Já há capitais brasileiras onde o passe livre para estudantes é
garantido, como Cuiabá e Rio de Janeiro. Defendemos o passe livre estudantil já
nacionalmente, e a ampliação deste direito a todos os jovens, trabalhadores
desempregados e aposentados!
Da Copa eu abro mão! Eu quero mais
dinheiro pra transporte, saúde e educação!
Os governos insistem em dizer que não têm dinheiro para investir nos
direitos sociais, e que por isso o passe livre para estudantes seria
impossível. Mas isso é falso.
Só em gastos com a Copa do Mundo, já são 28 bilhões de reais que saem dos
cofres públicos. Com este valor, seria possível construir mais de 90 mil postos
de saúde completamente equipados, comprar cerca de 350 mil ambulâncias
equipadas ou contratar mais de 2 milhões de professores por ano. Apenas a
prefeitura de São Paulo já destinou R$420 milhões para a construção do
Itaquerão. Além disso, são crescentes os
gastos com os privilégios dos políticos e funcionários públicos de alto
escalão.
O dinheiro público deve ser destinado aos direitos da juventude e dos
trabalhadores brasileiros! Seguiremos na luta pela melhoria dos serviços
públicos! Defendemos que os políticos e funcionários do alto escalão do poder
público recebam o mesmo que um trabalhador qualificado!
Dança, Haddad, dança até o chão,
agora a luta é pela estatização!
No próximo mês, a prefeitura de São Paulo irá renovar a concessão do
transporte público da cidade. Mais uma vez, o governo entregará a empresas
privadas a responsabilidade – e os lucros – da operação do transporte da
cidade.
O projeto de licitação prevê o aumento da quantidade máxima de usuários
por metro quadrado nos ônibus. Hoje, um ônibus pode, segundo a licitação
vigente, transportar 5 passageiros por metro quadrado. A partir da nova
concessão, este valor passará a 6 usuários por metro quadrado. Ou seja, a lotação
dos ônibus aumentará!
Além disso, o lucro dos empresários seguirá sendo previsto no contrato da
concessão. A prefeitura garantirá, com o dinheiro das tarifas pagas pelos
usuários e pelo subsídio com dinheiro público, que os empresários sigam com seu
lucro intacto.
Mais uma vez, o transporte público será tratado como uma mercadoria, e
bastante lucrativa. Nós somos contra essa concessão! O transporte público deve
ser responsabilidade do Estado e estar a serviço e sob o controle dos
trabalhadores e usuários.
A ANEL defende a estatização do transporte público, sem indenização aos
empresários. Basta de o dinheiro do povo ser usado para o lucro de poucos
empresários! A revogação do aumento é uma grande conquista do movimento e não
pode vir com subsídios retirados de outros direitos, como propõem Haddad e
Alckmin! Se a prefeitura utilizar o
dinheiro gasto com o subsídio às empresas privadas em investimentos nas áreas
sociais, deixando também de entregar bilhões de reais aos banqueiros por meio
do pagamento da dívida pública, poderá garantir um transporte público, de
qualidade e gratuito para toda a população!
Até a tarifa já baixou, Feliciano
sua hora já chegou!
O governo Dilma já deixou clara sua opção por manter sua aliança com os
grandes empresários do Brasil e do mundo. A Copa do Mundo é a grande
demonstração das consequências dessa opção do governo do PT: bilhões de reais
para os empresários e cortes e mais cortes para os direitos sociais. Mas essa
opção não para por aí.
O PT entregou a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
para Marco Feliciano, reconhecido por suas posturas opressoras e reacionárias.
O deputado, agora, acaba de aprovar o projeto da “Cura Gay”, um grande
retrocesso na luta contra a homofobia e as opressões.
A ANEL reafirma sua luta pelo Fora Feliciano e contra toda forma de
opressão! Lutamos pela separação entre o Estado e as igrejas: contra o repasse
de dinheiro público para as igrejas, pelo fim do ensino religioso nas escolas e
do acordo Brasil-Vaticano!
Vem pra rua vem, contra o governo!
A ANEL São Paulo faz um chamado aos estudantes, às entidades estudantis e
coletivos de todo o país para seguirmos na luta. Já passamos de um milhão de
manifestantes. Com ousadia e força, podemos parar o país!
Passe livre já, Brasil!
Não à concessão do transporte
público em São Paulo! Pela estatização do transporte público, sem indenizações!
Liberdade imediata de todos os
presos nas manifestações e fim de todos os processos, em todo o país!
Basta de injustiça social no
Brasil! Chega de tanto dinheiro pra Copa e cortes nos direitos sociais! 10% do
PIB para a educação pública e 2% para o transporte público já!
Que os políticos e funcionários do
alto escalão do poder público recebam o mesmo que um trabalhador qualificado!
Fora Feliciano! Basta de machismo,
racismo e homofobia! Pela separação entre o Estado e as Igrejas!