12 de janeiro de 2013

Janeiro Vermelho! A luta dos Metalúrgicos de São José dos Campos

A última quinta-feira (10) foi marcada por forte mobilização em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Cerca de quatro mil trabalhadores se colocaram na frente da fábrica da General Motors para expressar seu repúdio ao processo de demissão em massa que a empresa pretende concretizar no final deste mês. 

Trabalhadores protestam contra demissões

Desde o fim do ano passado, quando o Sindicato dos Metalúrgicos de São José foi informado que 1800 demissões estavam previstas para o começo deste ano, os trabalhadores estão apreensivos. Foi com muita pressão (desde paralisações na produção, até mesmo a ocupação da Rodovia Presidente Dutra) que uma vitória foi conquistada e 940 trabalhadores entraram em lay-off, ou seja, suspensão temporária do acordo de trabalho, o que garantiu a estabilidade no emprego até o dia que se encerra o acordo. A partir disso se intensificou a campanha em Defesa dos Empregos, com as ações do chamado “Janeiro Vermelho”. 

É preciso compreender que uma cidade como São José dos Campos, onde grande parte da população trabalha no parque industrial, sofrerá um impacto social gigantesco com a demissão de 1500 funcionários e desde já é necessário cobrar do prefeito Carlinhos Almeida (PT), como também da presidente Dilma, uma intervenção neste processo. No último período o governo aprovou um projeto de isenção fiscal dos carros produzidos entre 2013 e 2017, com uma redução de 30% do IPI desses veículos, mas, para a aprovação desse decreto, não foi exigido a contra partida de que a empresa desse estabilidade de emprego aos trabalhadores. Sabemos que os lucros continuam bilionários e não há razão para que o governo ceda qualquer benefício desse tipo a uma indústria num momento em que esta arma um ataque dessas proporções para os metalúrgicos da cidade.


Sindicato dos Metalúrgicos de SJC cobram Prefeito
Quinta-feira foi mais uma demonstração de que se a GM quer demitir, encontrará muita resistência em seu caminho. Quatro mil trabalhadores que estiveram no ato na parte da manhã, votando pela intensificação da campanha, e seguiram rumo a prefeitura que foi obrigada a receber uma comissão de trabalhadores para debater. Sabemos, contudo, que mas mais do que receber essa comissão, é necessário que o prefeito se torne um apoio político, cumprindo com sua promessa de campanha de defender os metalúrgicos desse ataque. A próxima negociação já está marcada para a próxima quarta-feira (16). 

Nós, da ANEL, escolhemos um lado: o lado da classe trabalhadora. Ao longo de 2012 passamos por uma importante greve estudantil na qual tivemos nossa experiência com o governo e não resta dúvida da  importância da unidade entre estudantes e trabalhadores. Sabemos que essa aliança também contribuirá muito para as conquistas que estão sendo reivindicadas atualmente em São José. Como entidade filiada a CSP-Conlutas, desde sua fundação, mantemos nosso apoio incondicional, nos somando à campanha contra as demissões na GM de São José dos Campos.


Não às demissões!
Viva à luta dos trabalhadores!