23 de janeiro de 2013

Na ocupação do INCRA e do Instituto Lula o Assentamento Milton Santos é resistência e luta!



Há sete anos, mediante determinação do próprio INCRA, famílias foram assentadas em uma área localizada entre os municípios de Americana e Cosmópolis, no interior de São Paulo. Este foi o início do assentamento Milton Santos que hoje conta com a participação de cerca de 70 famílias. 

Essas famílias foram assentadas no mandato do governo Lula, em 2006, por decisão do próprio governo.  A área pertencia ao Grupo Abdala que, devido a dívidas com o governo, passou a ser do INSS. Ano passado a família decidiu recorrer e, desde então, os assentados vem recebendo pressão do Governo Federal para deixarem o terreno. Para resistir os assentados já realizaram várias ações, como a ocupação do escritório da presidenta Dilma, em São Paulo, e outros protestos na cidade de Americana, além da ocupação do INCRA-SP que se iniciou em 14/01 e se mantém.

Outra iniciativa ocorreu na madrugada de hoje, 23/01, cerca de 100 pessoas do Assentamento ocuparam o Instituto Lula, no bairro do Ipiranga. Os assentados exigem que a presidente Dilma assine um decreto autorizando a desapropriação do terreno por interesse social, essa é a única forma de garantir que as famílias não sejam despejadas da terra onde vivem e trabalham há sete anos. Até agora não houve nenhum pronunciamento da presidente. A ocupação desta madrugada gerou uma reunião com presidente do Instituto Lula que, infelizmente, ficou só na promessa. Mas num belo exemplo de resistência os trabalhadores afirmaram que permanecerão no local até obterem uma solução definitiva do governo federal, o despejo de suas casas está marcado para ocorrer a partir do dia 30 de janeiro.

A ANEL tem acompanhado as movimentações do assentamento desde o inicio, apoiando as iniciativas, engrossando o caldo das ocupações e declarando: inimigos do Milton Santos são nossos inimigos! Não há dúvidas de que apenas essa unidade dos estudantes com os trabalhadores do movimento popular poderá obter vitórias, nas ocupações compartilhamos o sentimento de justiça e luta pela terra. Exigimos, portanto, junto com cada assentado, a reforma agrária prometida tão prometida pelo PT, além da desapropriação do terreno.

Lamentavelmente, até agora, Dilma tem respondido da pior forma, pois desde o início de seu governo, desapropriou para a reforma agrária menos que Collor(!). Os assentados esperam outra ação de Dilma, esperam a assinatura do decreto, porém, espelhados no triste exemplo do massacre no Pinheirinho de um ano atrás – exemplo utilizado muitas vezes nas falas dos assentados em suas plenárias e reuniões – os trabalhadores ocupados sabem que isso só acontecerá com muita pressão, resistência e luta, para essa batalha ele contam com ANEL.

Os trabalhadores que estão na ocupação do INCRA e agora no Institulo Lula estão resistindo heroicamente, mas precisam de todo o apoio que possa ser dado. Têm garantido uma cozinha comunitária com alimentos que foram produzidos por eles mesmos. Na ocupação acontecem oficinas de vídeo, teatro, Hip Hop, no meio de uma incansável disposição de luta. Mas você pode contribuir enviando recursos financeiros e materiais, moções de apoio, divulgando a luta do assentamento, ou mesmo somando-se às atividades da ocupação, participando ou ajudando a organizar oficinas ou atividades cotidianas. A luta do Assentamento Milton Santos irá até o fim!

Somos todos Milton Santos!