31 de dezembro de 2012

O futuro que nos pertence


Nas ruas, nas praças! Aqui está presente o Movimento Estudantil!

O ano termina com um acúmulo importante de vitórias e tarefas para a ANEL. É hora de fazermos uma reflexão acerca deste último período, para melhor encarar os desafios à frente. 

- MORADIA, UM DIREITO SOCIAL 

2012 começou com grande enfrentamento contra Governos Muncipais e Estadual de São Paulo. 

A invasão da comunidade do Pinheirinho por parte da polícia militar, em São José dos Campos, e a relutância do Governo Federal em dar uma resposta contundente que pudesse impedir a tragédia, resultaram num verdadeiro massacre, que a todos comoveu. Nós da Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre nos colocamos imediatamente solidários aos milhares de moradores que, de uma hora para outra, foram colocados na rua, sem qualquer auxílio financeiro ou condições mínimas de alojamento. 

Saímos também em defesa dos moradores da Luz, que sofreram grande perseguição sustentada por descarados interesses imobiliários em higienizar bairros específicos da cidade de São Paulo. Desta vez, o falso argumento de “combate às drogas”, não serviu apenas para humilhar e expulsar, como também para efetivamente prender os mais pobres e desamparados.

Além disso, denunciamos os incêndios frequentes e, muitas vezes, criminosos, que também tem sido utilizados como método para a remoção de famílias inteiras de terrenos em disputa judicial. Um caso emblemático foi o que aconteceu na favela do Moinho, em que as chamas e a destruição repentina das casas dos moradores que ali moravam serviu para que o terreno em disputa com as empreiteiras não lhes fosse devolvido. 

Não temos a menor dúvida de que a luta por moradia irá se intensificar nos próximos meses, em função da Copa do Mundo e dos planos de expropriação que dela decorrem. 

- EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA TODOS 

O ano que se encerra entrou para a história pelas fortes lutas em favor da Educação, paralizando quase que a totalidade dos Institutos Federais por mais de três meses. A mobilização contra as metas precarizantes do Governo Federal (REUNI), e por melhores condições de trabalho para professores e técnicos, encontrou eco em mais de trinta categorias do funcionalismo, que também trouxeram suas pautas específicas à greve. A ANEL esteve ao lado dos trabalhadores, apoiando ativamente suas mobilizações tanto em Brasília, quanto em diversas outras localidades, a exemplo do ato que ajudamos a  promover com os servidores, dia 31 de Julho, na Avenida Paulista.

Impulsionamos ainda a criação do Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE), uma política consciente de articular os lutadores e lutadoras dos diversos estados, para que a juventude se fortalecesse e saísse vitoriosa. Nossa política se mostrou acertada, abarcando os mais diversos estudantes, coletivos e até setores da União Nacional dos Estudantes (UNE) que não encontram nem vez, nem voz dentro de sua própria entidade. 

É fato que as lutas não só não passam mais por dentro da UNE , como muitas vezes se chocam diretamente contra ela. Nesta greve, não foi diferente. Tal como na aprovação do REUNI em 2007, a velha entidade voltou a trair os estudantes, indo negociar com o Governo pelas costas do Movimento. Sua tática, contudo, não deu certo: o Movimento não se desarmou, e continuou pressionando até arrancar conquistas verdadeiras como os mais de 170 milhões para o Plano Nacional de Assistência Estudantil.

A ANEL também buscou se mostrar presente nas mobilizações das instituições privadas, saudando as iniciativas e apoiando as reivindicações.

Estudantes da PUC votaram greve, em conjunto com seus professores, para exigir que a Igreja Católica respeite a decisão da comunidade acadêmica, e não eleja a professora de Letras, Anna Cintra, como Reitora da instituição. O impasse formado e a forte  pressão levou o caso à justiça, que determinou que a posse de Anna Cintra é irregular.

Na FECAP, a mobilização se deu contra a venda da instituição, que visa o lucro dos empresários, às custas de corte de professores e sucateamento geral das condições de ensino. Esse processo de encarecimento das mensalidades, expulsão de professores, e falta de apreço para com a democracia dentro das instituições também se confirmou em outras universidades privadas pelo estado, como na UNICID, Fundação Santo André e UNILAGO. 

- FORTALECIMENTO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL

A mobilização nacional teve reflexos importantes também junto às Universidades Estaduais. "O Grito Coletivo”, coletivo que surgiu durante a VI Assembleia Nacional quando os estudantes da UNICAMP perceberam que os problemas que enfrentavam eram problemas da Educação brasileira como um todo, realizou uma eleição realmente disputada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). Apesar de não ter ganho a gestão, saiu vitorioso no campus central da Universidade e se consolidou como o principal bloco de oposição ao setor que domina o DCE há mais de 12 anos. 

Na USP, a chapa de composição “Não vou me Adaptar”, construída pela ANEL, pelo coletivo “Pr’além dos muros” e outros setores, ganhou pelo segundo ano consecutivo as eleições para o DCE. Isso evidencia que o Movimento Estudantil continua apostando numa alternativa ao setor reacionário apoiado pela reitoria, e ao governismo e seu programa de sucateamento da educação.

Já na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), a greve estudantil organizou um amplo setor a resgatar seu DCE, que estava inativo há quase dois anos. A chapa “VEZ DA VOZ”, também formada em composição e impulsionada pela ANEL, ganhou com o maior número de votos da história das eleições locais. 

- NA LUTA COM OS TRABALHADORES BRASILEIROS

Os últimos meses foram ainda marcados pelas importantes manifestações de apoio mútuo entre os movimentos sociais, de trabalhadores e de estudantes. Desde a saudação à Greve Geral na Europa, passando pela construção do Ato Nacional no Dia Internacional dos Trabalhadores, até o apoio à luta dos Metroviários que pararam a circulação dos trens na cidade de São Paulo, exigindo melhores salários e condições de trabalho.

Durante a greve da Educação, a ANEL e o CNGE juntaram forças com os professores do ANDES e SINASEFE, bem como com os técnicos do SINASEFE e da FASUBRA. Essa união ímpar levou a luta a um outro patamar, no qual temos a oportunidade de consolidar um Movimento Estudanti que alia os seus interesses específicos aos interesses da classe trabalhadora. 

- CONTRA AS OPRESSÕES

Temos muito orgulho de ter desenvolvido, através da ANEL, e ao longo de todo o ano de 2012, importantes campanhas contra a homofobia, o machismo e o racismo. 

O lançamento da cartilha LGBT, uma resposta à negativa do Governo Federal em tratar do assunto nas escolas, foi muito bem recebido tanto pela militância tradicional, quanto por professores e estudantes no Brasil inteiro. Além disso, participamos da Marcha Contra a Homofobia e da Parada Gay, buscando lembrar ao conjunto da sociedade, que todos os dias muitos homossexuais e transexuais sofrem agressões físicas e verbais, e que nosso país, infelizmente, ainda não dispõe de mecanismos que punam os agressores.

Construímos também um importante seminário sobre Cotas Raciais, que reuniu estudantes de todo estado de São Paulo, em torno da discussão do novo projeto do Governo Federal que, apesar de possibilitar que a juventude pobre e negra entre nas Universidades, tem grandes contradições pois não apresenta um programa de Assistência Estudantil adequado a garantir a permanência dos estudantes de baixa renda, e por vincular a questão das Cotas Raciais às cotas sociais, causando grave distorção no percentual de negros, negras e indígenas que terão sua vaga garantida, em comparação com a real distribuição étnica nos estados. 

Já estamos nos preparando para lançar uma cartilha da ANEL sobre a questão racial, no começo do ano. Queremos debater, não só com os veteranos das Universidades, mas também com os calouros e secundaristas que estão no processo de transição para as Universidades. Não podemos deixar de recuperar a noção histórica do porque exigimos as cotas, e o que elas representam em termos de reparação para com o povo brasileiro.

Aprovamos, por fim, a realização de uma importante Plenária de Mulheres, que potencializará sua auto organização frente aos recentes casos de machismo no estado de São Paulo, bem como fortalecerá os laços da ANEL com o Movimento Mulheres em Luta da CSP-CONLUTAS. 

- CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS 

A VII ASSEMBLEIA ESTADUAL reuniu cerca de 200 estudantes, e se centrou em debater a criminalização dos movimentos sociais. A escolha do Circo Escola do Jardim São Remo como palco para esta discussão, não foi por acaso. É conhecida a constante pressão que a reitoria da USP realiza há anos para que os moradores sejam removidos de seus lares, uma vez que ela se postula como a verdadeira dona do terreno. Semanas antes da Assembleia, ocorreu o cerco e invasão da comunidade por parte da Polícia Militar, amplamente noticiado nos principais jornais locais, em que muitas pessoas foram ameaçadas, e algumas chegaram a ser agredidas.

Compreendendo que hoje a temática das drogas é instrumentalizada para criminalizar os movimentos sociais, os moradores de bairros mais pobres, e, em especial a juventude negra, a ANEL também organizou um debate sobre a legalização das drogas na Fundação Santo André, e assinou o manifesto da Marcha da Maconha deste ano: “Basta de guerra! É hora de Política de Drogas para o Brasil”. 

Na Universidade de São Paulo (USP), junto aos demais setores que constróem o Diretório Central dos Estudantes, impulsionamos um ato contra os processos que correm desde a ocupação da Reitoria no final de 2011. O ato contou com a presença de ex-presos políticos da época da ditadura militar, líderes sindicais, representantes políticos eleitos e estudantes de diversas instituições. 

Da mesma forma, denunciamos a prisão dos estudantes da UNIFESP, criminalizados por ocupar a Diretoria Acadêmica do Campus Guarulhos em protesto contra a precarização de sua instituição.  Fomos também signatários do abaixo assinado protocolado pelo CNGE na Casa Civil da Presidência da República, cobrando que a mesma desse explicações sobre o ocorrido e impedisse os eventuais processos criminais. 

- SE O PRESENTE É DE LUTA... QUE VENHA O II CONGRESSO NACIONAL DA ANEL !

Entre os dias 30 de maio e 2 de junho acontecerá o II Congresso Nacional da ANEL. Além de reunir estudantes do Brasil inteiro para celebrar os 4 anos de existência da entidade, o evento será o local de encontro dos melhores ativistas, o grande pólo catalizador das mobilizações estudantis em 2013.

Sua construção se revela fundamental frente à tarefa de dar continuidade e aprofundar os processos iniciados em 2012. Por isso, fazemos um chamado amplo a todos os setores que se moveram conosco neste ano, para que sigamos juntos. 

A luta por moradia, por transporte de qualidade e contra o aumento das tarifas, a mobilização por acesso e melhores condições de ensino, contra toda forma de opressão, por uma política de drogas que acabe com a guerra urbana, o fim da criminalização da pobreza... São muitos os desafios.

Somente com unidade na ação, e dedicação para com nossos princípios, iremos conquistar as vitórias que a juventude brasileira tanto sonha e merece ! 

A ANEL SP continuará a serviço dessa tarefa. 


Comissão Executiva Estadual
São Paulo, 31 de Dezembro de 2012

26 de dezembro de 2012

Não ao aumento das passagens em São Paulo, Guarulhos e em todo o estado!





       Entra ano e sai ano, as prefeituras do país sempre colocam para a população um problema a mais: o custo da tarifa de ônibus. No ano de 2012, a maior parte dos prefeitos, pelo menos em São Paulo, procuraram não ter esse desgaste sobretudo por ser ano de eleição. Kassab (PSD), prefeito da cidade de São Paulo, por exemplo, enfrentou quase 3 meses de atos de milhares de paulistas revoltados com o abusivo aumento no ano de 2011. Os economistas dizem que no país o aumento pode chegar a 10% e sequer iniciamos 2013 e já temos confirmações do que está por vir.   

         Em Campinas, o sistema de ônibus é utilizado por grande parcela da população local: calcula-se cerca de 600 mil passageiros todos os dias. Muitos destes usuários ficaram surpresos e indignados com o aumento da passagem, que entrou em vigor no último dia 2 de dezembro.


         O prefeito da cidade, Pedro Serafim (PDT), ampliou o preço da passagem municipal para o maior patamar já alcançado por uma tarifa de ônibus no Brasil: R$3,30.

         A Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc), representante das cinco concessionárias privadas que oferecem os serviços à prefeitura local, justificou o aumento em suas planilhas argumentando que se deve ao equilíbrio financeiro do contrato.

         Agora, uma série de projetos municipais de reajuste de tarifa correm em diversas câmaras e prefeituras por todo estado de São Paulo. Na capital paulista, por exemplo, a previsão não é diferente: o ex-Ministro da Educação e recém eleito à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou mais um aumento para o começo de seu mandato. O anúncio causou constrangimento em boa parte de seu eleitorado, que o via como alternativa ao projeto fracassado de gestão do atual prefeito Kassab, e das sucessivas gestões do PSDB. Haddad diz que irá aumentar apenas no limite da inflação, escondendo o fato de que nos últimos 2 anos os subsídios para congelar a tarifa foram pagos pelos trabalhadores, mas que isso não é suficiente para pagar todas as taxas, assim o aumento será necessariamente acima, para dar conta de todos os acúmulos das taxas, ou então o corte será nas gratuidades oferecidas a idosos, carteiros, meia passagem estudantil e etc. Não iremos permitir!

         Os moradores da cidade de São Paulo já pagam R$3,00, bem acima de outras grandes capitais brasileiras, como Belo Horizonte em que o usuário atualmente paga R$2,65. Ainda assim, as empresas exigem mais e a prefeitura cede. O abuso será geral e no ABC Paulista, onde em várias cidades também congelaram as tarifas no ano de eleição, os valores pedidos pelas empresas de ônibus podem chegar a R$ 3,40. No Rio de Janeiro, o recém reeleito Eduardo Paes já anuncia o aumento da passagem de ônibus, atualmente de R$2,75, para R$3,05.

         A previsão de aumentos abusivos atingirá também a segunda cidade mais populosa do estado de São Paulo, a cidade não capital mais populosa do país: Guarulhos.

         Atualmente, o preço da tarifa de ônibus local também está na marca dos R$3,00, como na capital, mas com graves contradições. Se o sistema de transporte de São Paulo já é conhecidamente deficitário, funcionando de forma precária em horários de pico, e prejudicando imensamente os trabalhadores da cidade, em Guarulhos o cenário é ainda pior: há décadas que os prefeitos alegam estudar projetos de implementação de metrô, trens, e nada sai do papel, nada deixa de ser promessa vazia.

         O Censo do IBGE, realizado em 2010, aponta para um total de 1,2 milhões de guarulhenses, numa densidade de 2843,72 moradores por quilômetro quadrado.  Com tamanho volume de trabalhadores todos os dias transitando da periferia para o centro, ou de Guarulhos para São Paulo, e sem qualquer transporte de massa disponível, forma-se um caos no trânsito, condenando a maior parte da população a horas de engarrafamento, presa em ônibus e vans superlotadas.

         A última promessa dos governantes, contudo, é que o metrô chegará à divisa, notem bem, à divisa da cidade de São Paulo, próxima a Guarulhos, em 2018. O início das obras de extensão da linha verde, que cumpriria esse percurso, foi anunciado para o segundo semestre de 2013. Se levarmos em conta o ritmo das obras do metrô na capital, nada garante que isto não passe de mais um engodo.

         Hoje, jornais locais anunciaram o decreto em que o prefeito de Guarulhos Sebastião Almeida (PT) aumenta em 10% o valor da tarifa, ou seja, assim como Campinas, chegará aos R$3,30. Um completo absurdo !

         Guarulhos detém o segundo maior PIB do estado, e o oitavo maior PIB do país, ficando à frente de cidades importantes como Osasco, São José dos Campos, Campinas, São Bernardo, e de capitais como Fortaleza, Salvador, Recife, Florianópolis e Aracajú. Ou seja, o que não falta a Guarulhos é dinheiro para que as obras que melhorariam a condição de vida da população local aconteçam e para que se baixe o preço da passagem. Mas se não é esse o determinante, então, qual é? A resposta é simples: vontade política. 

         É a mesma vontade política que, mais uma vez, opta por continuar pensando o conjunto do sistema de transporte público brasileiro como fonte de lucro e especulação, lucro destinado a uma pequena elite dona de empresas privadas. Empresas estas que participam ativamente do financiamento das campanhas dos prefeitos que, todos os anos, decidem o destino de milhões de brasileiros…


         Nós, da ANEL, repudiamos essa politicagem. Temos clareza que só com independência financeira pode haver real compromisso com a mudança de rumos em nosso país. Por isso não depositamos nossas esperanças em nenhum desses prefeitos que já deixam claro a que vieram.


         Não acreditamos que os brasileiros e brasileiras tenham de perder suas vidas, todos os dias, presos num sistema de transporte infernal, que não lhes serve. Por isso defendemos a estatização sem indenização de todo o sistema privado de transporte coletivo, que este seja colocado sob controle dos trabalhadores e trabalhadoras, com uma tarifa social subsidiada pelo Estado. E chamamos todos os estudantes do estado de São Paulo e do Brasil a estarem conosco nessa luta!         

         Em São Paulo pequenas mobilizações já começam a acontecer, assim como em Guarulhos, Suzano e cidades ao redor. Queremos somar forças a essa luta, para que 2013 se inicie com muita mobilização por aquilo que nos é de direito! Chega de aumentos abusivos!


- Contra o aumento das passagens!
- Redução imediata de todas as tarifas !
- Passe livre para todos os estudantes e desempregados !
- Pela mudança do modo de transporte para matriz ferroviária !
- Pelo fim do sistema privado de transporte coletivo ! Estatização já!

20 de dezembro de 2012

Nota de Pesar.

por Pedro Camargo, DCE-Unifesp.

Luiz Carlos de Oliveira, matriculado no curso de Filosofia da Universidade Federal de São Paulo, foi encontrado morto dentro do Centro Acadêmico dos Estudantes, em Guarulhos.

Ele completaria 21 anos em pouco mais de um mês.

Luiz teria se enforcado na manhã do último dia 15 (sábado), depois de uma festa de reinauguração do espaço. A tragédia surpreendeu o conjunto da comunidade acadêmica, sua família e amigos.

Estudantes supõem que o desgaste emocional, problemas financeiros, aliados a uma profunda depressão possam ter sido determinantes na tomada de decisão pelo suicidio. A alguns amigos, Luiz teria dito se sentir rejeitado por ser negro e pobre.

Todos os dias, milhares de jovens brasileiros são vitimas de abuso e preconceito como o racismo, o machismo e a homofobia. Essa violência atinge com mais força justamente os mais pobres, os que estão mais desamparados. Muitos deles, assim como Luiz, não resistem à terrível pressão e resolvem dar cabo de suas vidas. Essa história dificilmente é contada.

Temos certeza que, por todos aqueles que com ele conviveram, Luiz será sempre lembrado aquilo que representou em vida: um jovem honesto, ativista, guiado por ideais de transformação da sociedade.

Nós, da ANEL-SP, lamentamos profundamente a morte deste estudante, e reafirmamos nosso compromisso em mudar esta sociedade. Seguiremos lutando por condições mais justas, equalitárias, onde toda a juventude e trabalhadores possam ter espaço para se desenvolver de forma plena, sem o fardo da opressão, ou de qualquer outra forma de segregação ou exclusão.

16 de dezembro de 2012

Confira as resoluções da VII Assembleia da ANEL-SP



No dia 24 de novembro foi realizada, no Circo-Escola da Comunidade São Remo, a VII Assembleia Estadual da ANEL-SP. O local escolhido é importante por ser cenário de violência urbana, cada vez mais recorrente na cidade de São Paulo. Sua vizinha, a USP, passa por um processo de elitização e privatização, como o conjunto das universidades estaduais paulistas. Tal processo envolve fechar cada vez mais a Universidade de São Paulo, tornando-a mais distante da maior parte da população, o que inclui, específicamente nesse caso, o projeto de reurbanização da própria São Remo. O local escolhido para a VII Assembleia também nos serviu para entrar com tudo num dos debates latentes das universidades brasileiras: a questão das cotas raciais. As estaduais paulistas são as universidades mais elitizadas do país: na UNICAMP, por exemplo, menos de 15% dos estudantes são negros ou pardos. Nas demais universidades não é diferente.

A ANEL-SP reiterou seu compromisso com os movimentos populares na luta contra o genocídio da juventude nas periferias de São Paulo, e pelas cotas raciais:
A juventude negra tem direito ao futuro! Contra a violência e a criminalização da pobreza!

Além disso, a VII Assembleia Estadual da ANEL-SP foi um espaço importante para armar os ativistas para o próximo período, tanto em relação às calouradas, como também para o maior desafio que teremos: a construção do II CONGRESSO NACIONAL da ANEL!
Confira as resoluções abaixo:

RESOLUÇÕES DA VII ASSEMBLEIA ESTADUAL DA ANEL-SP

Assembleia reuniu quase 200 estudantes de diferentes lugares!
- Internacional. 

1) Apoio à luta dos trabalhadores e da juventude europeia contra os planos de austeridade, impostos pelos governos nacionais europeus, a União Europeia e o FMI. Solidarizamo-nos, especialmente, com a luta dos operários da GM que, no Brasil e em todo mundo, resistem aos planos da empresa de retirar direitos e realizar demissões em massa.

2) Repudiamos a atual ofensiva bélica do Estado de Israel contra a Faixa de Gaza. Defendemos incondicionalmente a liberdade do povo palestino e a legitimidade de sua resistência armada aos ataques do exército israelense. Exigimos que o governo brasileiro rompa os acordos diplomáticos e comerciais com Israel. Participar das iniciativas de solidariedade, a começar pelo ato que ocorrerá amanhã, dia 25/11, às 10h00, na Avenida Paulista. Publicar uma declaração no BLOG da ANEL-SP sobre o assunto. 

- Juventude negra e a violência urbana.

Mesa de Abertura.
3) Realizar um seminário das três universidades estaduais paulistas e do Centro Paula Souza sobre cotas raciais, no primeiro semestre de 2013, com o objetivo de elaborar um projeto da ANEL-SP acerca da aplicação das cotas raciais no estado. Estender o chamado do seminário aos DCEs, DAs, CAs e grêmios, bem como aos núcleos de consciência negra e às frentes Pró-Cotas da USP e da UNICAMP, e ao Quilombo Raça e Classe. Impulsionar e fortalecer a Frente pró-cotas estadual. Realizar atividades com a cartilha de cotas da ANEL, com enfoque nas escolas e cursinhos pré-vestibulares. 

4) A atual onda de violência nas periferias da região metropolitana de São Paulo revela a dura realidade da juventude pobre e negra de nosso estado, que vive no fogo cruzado entre o crime organizado e as forças armadas. A ANEL-SP denuncia que a política de Segurança Pública do governador Alckmin, assim como a política do governo Dilma em todo o país, só aumenta a repressão e gera mais violência. Para combater a criminalidade, é preciso acabar com a opressão policial e garantir o futuro da juventude, com investimento público em educação, emprego, cultura e lazer. Exigimos o julgamento e a punição dos policiais que cometerem crimes. Que a ANEL e as entidades estudantis que a constroem participem do Comitê Contra o Genocídio da População Negra, impulsionando ações conjuntas com os movimentos negro e o popular de São Paulo. 

5) Que a ANEL-SP produza um panfleto denunciando o genocídio da população negra, a ser distribuído não só nas universidades, escolas e faculdades, mas também em pontos de concentração de trabalhadores. Fortalecer a unidade entre o movimento estudantil paulista e as organizações de trabalhadores. 

6) Organizar uma campanha, nas Calouradas de 2013, contra os interesses da especulação imobiliária no estado de São Paulo, e em defesa das comunidades e ocupações que sofrem com os incêndios criminosos e com as ameaças de remoção. Articular essa campanha com o movimento Luta Popular, promovendo ações conjuntas, debates nas universidades e visitas dos estudantes às comunidades e ocupações. 

- Opressões. 

7) Realizar uma reunião de mulheres da ANEL-SP com a o MML, em fevereiro de 2013, com o objetivo de organizar uma campanha nas Calouradas, denunciando os trotes machistas, os casos de estupro e abuso sexual nos campi e exigindo das reitorias a construção de creches universitárias.

8) Organizar atividades contra as opressões nas Calouradas de 2013. 

- Luta das universidades privadas. 

9) Todo apoio à luta por democracia d@s estudantes, professor@s e funcionári@s da PUC-SP! Fora Anna Cintra! Por uma universidade laica e com autonomia! Por uma nova estatuinte, que termine com a lista tríplice e garanta a democracia na PUC-SP já! Que a universidade seja gerida democraticamente pelos três setores.

10) Somos contra a venda da FECAP! Um grande conglomerado privado, o grupo ÂNIMA, tem ameaçado comprar a FECAP. Sua venda significaria um grande ataque à qualidade do ensino na fundação, com aumento do número de estudantes em sala de aula, demissão de professores e contratação de novos com salários reduzidos, precarização da estrutura etc. A lógica de mercado é uma só, lucrar o máximo com o mínimo de investimento! Educação não é mercadoria! Todo apoio à luta dos estudantes da FECAP!

11) Impulsionar o debate acerca da falta de democracia nas faculdades privadas, para demonstrar aos estudantes a quem essa falta de democracia interessa. 

- Escolas Secundaristas.

12) Elaborar materiais específicos da ANEL-SP para o movimento secundarista, com o objetivo de construir nossa entidade, principalmente, nas escolas da periferia. Apoio à luta secundarista contra o SARESP e participação do ato de boicote no dia 27/11/2012, terça-feira, na ETESP.

Votamos também a nova composição da CEE-SP!

Composição da nova Executiva de SP!
Arielli - DCE da USP
Catharina - DCE da USP
Thaís - DCE da USP
Jaqueline - DCE da USP (EACH)
Victor - DCE da USP (Ribeirão Preto)
Pedro - DCE da UNIFESP
Murilo - CAFF-ESP
Júlia - Grêmio da ETESP
Luzimara - Cursinho Popular Chico Mendes
Biro - Juventude às Ruas!
Letícia - Juventude às Ruas!
Lígia - Coletivo O Grito / Oposição Unicamp
Monique - Coletivo O Grito / Oposição Unicamp



14 de dezembro de 2012

Em 2013, é a 'VEZ DA VOZ' dos Estudantes no DCE da UNIFESP!


É com muito orgulho que nós da ANEL construímos ativamente a chapa VEZ DA VOZ, candidata e vencedora das eleições à gestão do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).


Fruto direto de um processo de intensa mobilização que paralizou toda a instituição, durante a Greve Nacional da Educação, a chapa reúne estudantes de todos os campi, diversos cursos, coletivos e agremiações. Trata-se, portanto, de uma política unitária construída por estudantes que reivindicam a ANEL, a Oposição de Esquerda e demais ativistas independentes que lutam contra a precarização do ensino público superior por parte do Governo Federal, contra as privatizações e terceirizações, e contra a falta de políticas de acesso e permanência adequadas.

            Conseguimos reunir em nosso programa as mais importantes bandeiras do movimento estudantil local e nacional: a luta por democracia em todos os espaços de decisão universitária, expansão com qualidade (Chega de REUNI! 10% do PIB para educação pública já!), e a exigência pelo fim dos processos e ameaças ao conjunto dos estudantes. Contamos, assim, com importante respaldo para dar início à gestão, recebendo mais de 1000 votos na eleição realizada na última semana. Uma grande vitória, visto que o DCE não existia há quase 2 anos !


            As tarefas que se apresentam para esta gestão não serão poucas: desde a elaboração de uma calourada que combata o machismo, o racismo e a homofobia tão presentes em nossa sociedade, passando pelo fortalecimento das entidades de base (coletivos, atléticas, centros acadêmicos, diretórios acadêmicos e outros), a elaboração de semanas temáticas (como a I Semana de Assuntos Indígenas), campanhas em parceria com movimentos populares de moradia e transporte... e a construção de um grande e representativo CONGRESSO DOS ESTUDANTES DA UNIFESP para reformularmos o já defasado e ineficiente estatuto da Entidade.


            Nesse sentido, fazemos um convite para que todos, especialmente os que compõe a gestão conosco, participem dos importantes fóruns nacionais estudantis que acontecerão em 2013 - as Assembléias Estaduais, as Assembleias Nacionais, e o II CONGRESSO NACIONAL DA ANEL. Por estes espaços passam as principais lutas do Movimento Estudantil da atualidade, e temos a clareza de que só nos aliando e colaborando com milhares de outros estudantes vindos de diversas localidades, é que podemos mudar os rumos de nossa sociedade.


            Fazemos, também, um chamado amplo para que todos os estudantes da UNIFESP se debrucem sobre a gestão, e participem de suas reuniões, plenárias e atividades que construiremos em unidade pelo próximo período. No que depender da ANEL, o DCE será o que os estudantes quiserem que ele seja!

            Se o presente é de luta, o futuro nos pertence !

21 de novembro de 2012

Programação e Informações da VII Assembleia Estadual da ANEL-SP, na São Remo.

Programação e Informações da VII Assembleia Estadual da ANEL-SP.


Dia 24 de novembro.

Na Comunidade São Remo, Butantã.


Programação:


9 hrs: Abertura

 "A juventude negra tem direito ao futuro! Contra a violência e a criminalização da pobreza!"


Saudações:

- Movimento Mulheres em Luta

- CSP-Conlutas

- DCE Livre da USP

- Grêmio ETESP

- Oposição Unicamp

- FECAP

- PUC


Mesa:

- Quilombo Raça e Classe

- Luta Popular

- Frente Pró-Cotas UNICAMP

- Associação de moradores da São remo

- Comissão Executiva Nacional da ANEL


11hrs: Grupos de discussão


13:30 - 14:30hrs: Almoço


14:30hrs: Plenária Final


17hrs: Debate Luta e resistência

História do Hip Hop, com a família Rap Nacional (Esquerda da Periferia).


Apresentação do grupo e após o debate cervejada !


Informações gerais:


TAXA: R$2,00 sem almoço e R$10,00 com almoço.


Local: Rua Aquianés, nº 13. Circo-Escola.


Como chegar?


De metrô: Desça no Metrô Butantã (Linha 4 - Amarela) e pegue o ônibus na Vital Brasil (Nomes do ônibus: Jd. Bonfiglioli, Rio Pequeno ou Shopping Continental, peça pra descer no ponto do Supermercado Roldão. Vire a direita na Rua Baltazar Rabelo e suba até o fim, o Circo Escola é no cruzamento da Rua Aquianés, com a Baltazar Rabelo.


Dúvidas: anelivresp@gmail.com


Um chamado aos lutadores e lutadoras!




20 de novembro de 2012

Todos à VII Assembleia Estadual da ANEL – SP!

Um chamado a todos os lutadores !
VII ASSEMBLEIA ESTADUAL DA ANEL-SP!
Sábado, dia 24/11, 9h no Circo Escola da Comunidade São Remo.

              O ano de 2012 foi um ano bastante movimentado para os lutadores brasileiros: vivemos uma das maiores paralizações do funcionalismo público, com destaque para a Greve da Educação, a maior Greve dos últimos 10 anos. Esse movimento, sem dúvidas, trouxe muitas vitórias políticas e econômicas. Em todo um semestre de mobilização, mais de 400 mil trabalhadores, em mais de 30 categorias, foram à luta. Frente a diversos ataques a unificação dos diversos setores mobilizados foi decisiva para essas vitórias.

A ANEL se manteve à frente da reorganização do movimento estudantil nacional, um dos maiores ganhos obtidos. E nós, em São Paulo, acompanhamos os desdobramentos desse processo e tivemos diversas movimentações: na USP a campanha pela democratização foi significativa para se questionar o caráter extremamente elitista dessa universidade, assim como os grevistas do estado, tanto na UFABC, quanto os campi da UNIFESP, deram grandes passos no fortalecimento do movimento estudantil. Essa é sem dúvida a maior das vitórias pra ANEL- SP: hoje muitos mais Estudantes estão ganhos para a necessidade de lutar por seus direitos!

Ao nos aproximarmos do fim do ano, os desafios não diminuem. Temos agora a disputa pelas eleições dos DCEs das principais universidades do estado, Unicamp, USP, UNIFESP e UFABC. Será um importante momento para aprofundar o desgaste com as reitorias, para polarizar com o caráter elitista e privatista que é apresentado para o ensino superior do estado. Queremos colocar para o conjunto dos Estudantes a necessidade de um projeto alternativo de educação.

Além disso, não é só na luta em defesa da Educação que encontramos desafios. No início do ano, todos puderam acompanhar a impressionante violência com que se deu a operação policial do governo estadual paulista de Geraldo Alckmin (PSDB) que removeu a comunidade do Pinheirinho em São José dos Campos. 9.000 pessoas foram agressivamente colocadas para fora de seus lares, tendo suas casas destruídas por tratores enquanto seus móveis ainda permaneciam dentro delas. O governo estadual não se conteve em passar por cima de decisões da justiça federal que impediam a operação, enquanto o governo federal manteve-se omisso.

Daí em diante, a política de higienização da pobreza em São Paulo só aumentou. Desde episódios como os ataques aos usuários de crack, impulsionados com o pretexto do Projeto Nova Luz, até o incêndio criminosos de favelas, ambos atuando em favor da especulação imobiliária vêm atingindo as parcelas mais pobres da população em uma onda de violência policial e social.

Agora, o povo pobre de São Paulo se vê novamente no meio do fogo cruzado entre a polícia e o crime organizado. Até setembro, o estado registrou uma média de 393 assassinatos por mês, o que supera 2011. Considerada apenas a capital, até outubro registram-se 1.127 casos, o que já soma mais que todo o ano passado. A onda de violência que se espalha no último período matou 200 pessoas em um mês. Para se ter uma ideia, entre os dias 8 e 9 de novembro, 15 pessoas morreram em um período de 17 horas.

Nem o governo estadual do PSDB, nem o governo federal do PT apresentam propostas reais para a segurança pública. Desde 2007, com o Pronasci (Programa Nacional de Segurança com Cidadania), Lula, seguido por Dilma, enfrentam a violência nas periferias das principais cidades do país colocando a juventude pobre e negra sob a mira dos fuzis da Força Nacional. Para São Paulo, Dilma propõe nada mais, nada menos, que o mesmo modelo de ocupação dos morros cariocas através das UPPs, que combinam a repressão do exército, da Força Nacional, da PM e de tropas de elite como o BOPE carioca. No mesmo sentido, já se provou que a política repressiva de Alckmin, como no caso da “Operação Saturação”, baseada na violência da ROTA, não garante a vida das pessoas. A população dos bairros de periferia da grande São Paulo convive com os abusos policiais cotidianos e, além disso, com ações repressivas assustadoras como o toque de recolher, muitas vezes impostas pelo crime organizado. Situação que se repetiu nas últimas semanas em cidades como Sumaré, Hortolândia etc.

A violência urbana não vai acabar enquanto a única expressão dos governos que chegue às periferias seja a repressão policial. É necessário a garantia de postos de saúde, educação, áreas de lazer e convivência, moradias dignas, saneamento básico e uma série de outras medidas que forneçam reais condições de vida. A política econômica dos governos deve ser alterada, tomando como prioridade a garantia de direitos, empregos, o aumento geral dos salários e não a construção de cidades que são verdadeiros paraísos para os negócios.

O Estado que não garante educação é o mesmo Estado que mata!

A juventude negra é a parcela populacional mais atingida pela violência urbana. Entre janeiro de 2010 e junho de 2012,  2882 pessoas foram mortas em supostos confrontos com a polícia, em quatro estados brasileiros. Em São Paulo, esse número soma um total de 1098 vítimas das ações policiais. Os dados da Anistia Internacional de 2011 apresentam que o número de mortos em confrontos com a polícia nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro é 42,16% maior do que o conjunto das penas de morte executadas em mais de vinte países no mesmo período. Combinado com tudo isso, morrem anualmente 193% mais negros do que brancos na faixa de idade entre 15 a 24 anos.

O racismo expresso nesses números é também uma barreira ao acesso à educação superior pública. Em nível nacional, apenas 8,3% das matrículas das universidades brasileiras são feitas por Estudantes negros. Isso demonstra a necessidade de intensificar a luta pela garantia do direito ao acesso à universidade através das cotas raciais.

Dilma sancionou as cotas raciais para as universidades federais em um projeto de lei bastante limitado, depois de décadas de luta do movimento negro. Agora, as cotas enfrentam a resistência das diversas reitorias, que se valem do princípio da “autonomia universitária” para se negarem a implementá-las. Ou seja, a mesma autonomia universitária deixada de lado para implementar todos os projetos educacionais precarizantes do governo federal, que resultaram em uma Greve de três meses esse ano, agora é utilizada como barreira para a garantia de acesso da juventude negra à educação superior. Ao mesmo tempo, nenhum dos projetos de acesso é acompanhado de uma garantia real de permanência estudantil para os Estudantes que entrarem através das cotas raciais.

As estaduais paulistas, por sua vez, previstas nas primeiras versões da lei das cotas, formam o setor mais atrasado da discussão. Em geral, negam-se a debater o tema escondendo-se atrás de projetos de inclusão irrisórios que não modificam o caráter elitista e antidemocrático dessas universidades, como é o caso de programas como o PAAIS e o ProFis na Unicamp, ou o INCLUSP e o PASUSP na USP.  

É preciso intensificar a luta por cotas raciais nas universidades federais e nas estaduais paulistas, como parte da luta contra a violência à juventude negra! É nesse sentido que a ANEL lança nessa assembleia a sua cartilha de cotas raciais e combate ao racismo!

Defender o a comunidade São Remo e toda luta por moradia!

A histórica comunidade do Jardim São Remo, que existe há mais de 40 anos e é formada por quase 20.000 habitantes vem sendo assediada pela polícia e pelos planos de reurbanização do reitor Grandino Rodas, da USP. Tomando medidas que vão desde o fim do circular utilizado pelos trabalhadores da universidade que vivem na região, até a militarização do campus que afeta agressivamente a comunidade, a reitoria e o governo vêm dando às costas a essa população, que hoje se encontra rodeada com ameaças de remoção.

A ANEL-SP já está presente na luta pela manutenção da comunidade e conquista de mais direitos. E para fortalecer os laços de solidariedade entre Estudantes e trabalhadores, realizaremos a VII Assembleia Estadual na Comunidade São Remo! Vamos fortalecer a resistência dos moradores e deixar claro que podem contar com o apoio dos Estudantes livres!

VII Assembleia Estadual vai lancar em todo Estado o II Congresso da ANEL!

Em 2013, dias 30 de maio a 2 de junho, a ANEL realizará seu II Congresso Nacional e completará 4 anos de uma história cheia de lutas. O Congresso é o principal fórum da Entidade, onde todas as resoluções e funcionamento da ANEL estarão em debate. Será o espaço que as lutas se encontram!

A Vll Assembleia Nacional da ANEL já lançou publicamente o período pré-congressual de nossa entidade. Aqui em São Paulo lançaremos o II Congresso da ANEL com muita luta ao lado dos Movimentos Sociais. Sabemos que existem muito ativistas que ainda tem dúvidas ou polêmicas sobre a reorganização do Movimento Estudantil e a nossa entidade, por isso queremos convidar todos os coletivos do ME e da esquerda da UNE a participar da Assembleia e construir conosco o Congresso. Serão espaços para debater as polêmicas e unificar as lutas, para isso as opiniões e divergências são muito bem-vindas! Será um momento vivo, de aprofundar a elaboração sobre a história e os rumos que a ANEL vem traçando, envolvendo ativistas e entidades estudantis de todo o país na construção de uma alternativa para as lutas! Fazemos um chamado a todo o Movimento Estudantil, Entidades e Coletivos à participar da Vll Assembleia Estadual da ANEL e construir junto conosco o II Congresso da ANEL!

Todos à VII Assembleia Estadual da ANEL! 
A Juventude Negra tem direito ao futuro!
Contra a violência e a criminalização da pobreza!
Cotas raciais já!
Todo apoio à luta dos moradores do Jardim São Remo e de toda luta por moradia!
Rumo ao II Congresso Nacional da ANEL!