16 de dezembro de 2012

Confira as resoluções da VII Assembleia da ANEL-SP



No dia 24 de novembro foi realizada, no Circo-Escola da Comunidade São Remo, a VII Assembleia Estadual da ANEL-SP. O local escolhido é importante por ser cenário de violência urbana, cada vez mais recorrente na cidade de São Paulo. Sua vizinha, a USP, passa por um processo de elitização e privatização, como o conjunto das universidades estaduais paulistas. Tal processo envolve fechar cada vez mais a Universidade de São Paulo, tornando-a mais distante da maior parte da população, o que inclui, específicamente nesse caso, o projeto de reurbanização da própria São Remo. O local escolhido para a VII Assembleia também nos serviu para entrar com tudo num dos debates latentes das universidades brasileiras: a questão das cotas raciais. As estaduais paulistas são as universidades mais elitizadas do país: na UNICAMP, por exemplo, menos de 15% dos estudantes são negros ou pardos. Nas demais universidades não é diferente.

A ANEL-SP reiterou seu compromisso com os movimentos populares na luta contra o genocídio da juventude nas periferias de São Paulo, e pelas cotas raciais:
A juventude negra tem direito ao futuro! Contra a violência e a criminalização da pobreza!

Além disso, a VII Assembleia Estadual da ANEL-SP foi um espaço importante para armar os ativistas para o próximo período, tanto em relação às calouradas, como também para o maior desafio que teremos: a construção do II CONGRESSO NACIONAL da ANEL!
Confira as resoluções abaixo:

RESOLUÇÕES DA VII ASSEMBLEIA ESTADUAL DA ANEL-SP

Assembleia reuniu quase 200 estudantes de diferentes lugares!
- Internacional. 

1) Apoio à luta dos trabalhadores e da juventude europeia contra os planos de austeridade, impostos pelos governos nacionais europeus, a União Europeia e o FMI. Solidarizamo-nos, especialmente, com a luta dos operários da GM que, no Brasil e em todo mundo, resistem aos planos da empresa de retirar direitos e realizar demissões em massa.

2) Repudiamos a atual ofensiva bélica do Estado de Israel contra a Faixa de Gaza. Defendemos incondicionalmente a liberdade do povo palestino e a legitimidade de sua resistência armada aos ataques do exército israelense. Exigimos que o governo brasileiro rompa os acordos diplomáticos e comerciais com Israel. Participar das iniciativas de solidariedade, a começar pelo ato que ocorrerá amanhã, dia 25/11, às 10h00, na Avenida Paulista. Publicar uma declaração no BLOG da ANEL-SP sobre o assunto. 

- Juventude negra e a violência urbana.

Mesa de Abertura.
3) Realizar um seminário das três universidades estaduais paulistas e do Centro Paula Souza sobre cotas raciais, no primeiro semestre de 2013, com o objetivo de elaborar um projeto da ANEL-SP acerca da aplicação das cotas raciais no estado. Estender o chamado do seminário aos DCEs, DAs, CAs e grêmios, bem como aos núcleos de consciência negra e às frentes Pró-Cotas da USP e da UNICAMP, e ao Quilombo Raça e Classe. Impulsionar e fortalecer a Frente pró-cotas estadual. Realizar atividades com a cartilha de cotas da ANEL, com enfoque nas escolas e cursinhos pré-vestibulares. 

4) A atual onda de violência nas periferias da região metropolitana de São Paulo revela a dura realidade da juventude pobre e negra de nosso estado, que vive no fogo cruzado entre o crime organizado e as forças armadas. A ANEL-SP denuncia que a política de Segurança Pública do governador Alckmin, assim como a política do governo Dilma em todo o país, só aumenta a repressão e gera mais violência. Para combater a criminalidade, é preciso acabar com a opressão policial e garantir o futuro da juventude, com investimento público em educação, emprego, cultura e lazer. Exigimos o julgamento e a punição dos policiais que cometerem crimes. Que a ANEL e as entidades estudantis que a constroem participem do Comitê Contra o Genocídio da População Negra, impulsionando ações conjuntas com os movimentos negro e o popular de São Paulo. 

5) Que a ANEL-SP produza um panfleto denunciando o genocídio da população negra, a ser distribuído não só nas universidades, escolas e faculdades, mas também em pontos de concentração de trabalhadores. Fortalecer a unidade entre o movimento estudantil paulista e as organizações de trabalhadores. 

6) Organizar uma campanha, nas Calouradas de 2013, contra os interesses da especulação imobiliária no estado de São Paulo, e em defesa das comunidades e ocupações que sofrem com os incêndios criminosos e com as ameaças de remoção. Articular essa campanha com o movimento Luta Popular, promovendo ações conjuntas, debates nas universidades e visitas dos estudantes às comunidades e ocupações. 

- Opressões. 

7) Realizar uma reunião de mulheres da ANEL-SP com a o MML, em fevereiro de 2013, com o objetivo de organizar uma campanha nas Calouradas, denunciando os trotes machistas, os casos de estupro e abuso sexual nos campi e exigindo das reitorias a construção de creches universitárias.

8) Organizar atividades contra as opressões nas Calouradas de 2013. 

- Luta das universidades privadas. 

9) Todo apoio à luta por democracia d@s estudantes, professor@s e funcionári@s da PUC-SP! Fora Anna Cintra! Por uma universidade laica e com autonomia! Por uma nova estatuinte, que termine com a lista tríplice e garanta a democracia na PUC-SP já! Que a universidade seja gerida democraticamente pelos três setores.

10) Somos contra a venda da FECAP! Um grande conglomerado privado, o grupo ÂNIMA, tem ameaçado comprar a FECAP. Sua venda significaria um grande ataque à qualidade do ensino na fundação, com aumento do número de estudantes em sala de aula, demissão de professores e contratação de novos com salários reduzidos, precarização da estrutura etc. A lógica de mercado é uma só, lucrar o máximo com o mínimo de investimento! Educação não é mercadoria! Todo apoio à luta dos estudantes da FECAP!

11) Impulsionar o debate acerca da falta de democracia nas faculdades privadas, para demonstrar aos estudantes a quem essa falta de democracia interessa. 

- Escolas Secundaristas.

12) Elaborar materiais específicos da ANEL-SP para o movimento secundarista, com o objetivo de construir nossa entidade, principalmente, nas escolas da periferia. Apoio à luta secundarista contra o SARESP e participação do ato de boicote no dia 27/11/2012, terça-feira, na ETESP.

Votamos também a nova composição da CEE-SP!

Composição da nova Executiva de SP!
Arielli - DCE da USP
Catharina - DCE da USP
Thaís - DCE da USP
Jaqueline - DCE da USP (EACH)
Victor - DCE da USP (Ribeirão Preto)
Pedro - DCE da UNIFESP
Murilo - CAFF-ESP
Júlia - Grêmio da ETESP
Luzimara - Cursinho Popular Chico Mendes
Biro - Juventude às Ruas!
Letícia - Juventude às Ruas!
Lígia - Coletivo O Grito / Oposição Unicamp
Monique - Coletivo O Grito / Oposição Unicamp