15 de abril de 2013

Manifesto Lutar Não é Crime!


Nos últimos anos, na juventude em São Paulo vem cumprindo um papel importante na história do nosso país. A partir de uma série de lutas, essa juventude, em aliança aos trabalhadores, vem se colocando contra a elitização do ensino, o sucateamento e a privatização da educação pública e contra o autoritarismo e falta de democracia nas instituições.

Vivemos hoje em São Paulo uma verdadeira guerra social, com a criminalização da juventude negra que vive nas periferias, algo que só tem se intensificado a partir dos grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo. Eventos como esse só servirão aos interesses dos ricos e das empresas, enquanto as favelas estão sendo incendiadas e posteriormente servindo aos interesses da especulação imobiliária.


Por isso, a juventude em São Paulo não aceitará que, por conta dessa “Copa dos ricos”, milhares de famílias sejam desalojadas de suas casas e que direitos democráticos sejam restringidos. A Copa tem que ser de toda a população!

A juventude em São Paulo, agora em 2013, também está lutando contra o PIMESP nas universidades estaduais paulistas e que não aceitará a implementação de um projeto racista e que tornará a educação mais precária. E para isso, está ao lado do movimento negro e social lutando por cotas raciais com permanência estudantil nas universidades. A juventude negra possui o direito ao futuro!

Mas não somente a juventude negra, mas também as mulheres jovens e a toda juventude LGBT também! Chega de trotes machistas nas universidades! Chega de homofobia! A força da juventude em todo o país derrubará aqueles que, como Marcos Feliciano, querem impor o ódio e a opressão sobre a sociedade!

Porém, ao mesmo tempo que luta, essa juventude vem sendo criminalizada, enfrentando uma política truculenta das diretorias, reitorias e do próprios governo estadual de São Paulo, que por meio de métodos que remetem aos tempos sombrios da ditadura militar, vem buscando impedir direitos democráticos de livre expressão e manifestação.

Em 2011, na Universidade de São Paulo, 72 estudantes estão sendo denunciados pelo Ministério Público por crimes formação de quadrilha. Tudo isso é decorrente de uma violenta e desproporcional reintegração de posse do prédio da reitoria que estava ocupada pelos estudantes como forma de reivindicação pela abertura democrática de negociação em relação a um convênio feito entre a universidade e a polícia militar. Estudante não é bandido!

Em outras universidades de São Paulo, os estudantes também estão sendo processados. Na Universidade Estadudal de Campinas, em 2011, cinco estudantes foram processados por essa universidade por lutarem por melhores condições na moradia estudantil.

Já na Unifesp, os estudantes do campus Guarulhos estão sendo processados pela Justiça por inúmeros crimes, como formação de quadrilha, por conta de ocupações de diretoria, seguidas de reintegrações pela polícia, durante a maior greve das universidades federais dos últimos tempos, que ocorreu no ano passado.

Outro ataque aos estudantes que está ocorrendo é a retirada dos espaços estudantis, que abrigam entidades, como os Centros Acadêmicos, e locais de convivência e de uso para a organização política estudantil. Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Fundação Santo André, além de estudantes e professores estarem sendo processados, o espaço estudantil do Diretório Acadêmico foi considerado illegal e emparedado pela faculdade. E, até agora, não há um local para que os estudantes possam se organizar. Além disso, a faculdade está querendo processor todas as organizações sociais e sindicais que se manifestaram em solidariedade a esses estudantes.

Também agora em 2013, a nova reitora da PUC, Ana Cintra, eleita de maneira antidemocrática,  abriu um processo administrativo contra a professora da APROPUC Bia Abramides, por participar de manifestação conjunta com os estudantes no CONSUN em 27/2. A prof.a Bia Abramides é reconhecida nacionalmente por seu protagonismo  nas lutas dos trabalhadores, na inserção junto aos movimentos sociais e na trajetória de conquistas da categoria dos/as assistentes sociais, em suas lutas por direitos, pela democracia e pela emancipação humana.

Há certamente outros casos semelhantes aos divulgados aqui em nosso estado. Para nós, todos esses ataques representam uma ofensiva por parte das diretorias e reitorias contra os movimentos estudantil e sindical nas universidades que há anos se manifestam em defesa de suas reivindicações.

Entendemos que todo esse processo é um ataque ao movimento estudantil e aos movimentos sociais de conjunto.  Por isso, nos manifestamos contrários a tudo isso que vem ocorrendo.

No dia 24 de abril, participaremos da Marcha à Brasília, que contará com a participação de inúmeros estudantes e trabalhadores do país, e reivindicaremos aos órgãos competentes da educação e da justiça de nosso país que tomem as devidas providências para impedir e reverter a continuidade de todos esses casos.  


LUTAR NÃO É CRIME!

PELO FIM DA CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS!