Nos
últimos anos, na juventude em São Paulo vem cumprindo um papel importante na
história do nosso país. A partir de uma série de lutas, essa juventude, em
aliança aos trabalhadores, vem se colocando contra a elitização do ensino, o
sucateamento e a privatização da educação pública e contra o autoritarismo e
falta de democracia nas instituições.
Vivemos
hoje em São Paulo uma verdadeira guerra social, com a criminalização da
juventude negra que vive nas periferias, algo que só tem se intensificado a
partir dos grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo. Eventos como esse
só servirão aos interesses dos ricos e das empresas, enquanto as favelas estão
sendo incendiadas e posteriormente servindo aos interesses da especulação imobiliária.
Por
isso, a juventude em São Paulo não aceitará que, por conta dessa “Copa dos
ricos”, milhares de famílias sejam desalojadas de suas casas e que direitos
democráticos sejam restringidos. A Copa tem que ser de toda a população!
A
juventude em São Paulo, agora em 2013, também está lutando contra o PIMESP nas
universidades estaduais paulistas e que não aceitará a implementação de um
projeto racista e que tornará a educação mais precária. E para isso, está ao
lado do movimento negro e social lutando por cotas raciais com permanência
estudantil nas universidades. A juventude negra possui o direito ao futuro!
Mas
não somente a juventude negra, mas também as mulheres jovens e a toda juventude
LGBT também! Chega de trotes machistas nas universidades! Chega de homofobia! A
força da juventude em todo o país derrubará aqueles que, como Marcos Feliciano,
querem impor o ódio e a opressão sobre a sociedade!
Porém,
ao mesmo tempo que luta, essa juventude vem sendo criminalizada, enfrentando
uma política truculenta das diretorias, reitorias e do próprios governo
estadual de São Paulo, que por meio de métodos que remetem aos tempos sombrios
da ditadura militar, vem buscando impedir direitos democráticos de livre expressão e manifestação.
Em
2011, na Universidade de São Paulo, 72 estudantes estão sendo denunciados pelo
Ministério Público por crimes formação de quadrilha. Tudo isso é
decorrente de uma violenta
e desproporcional reintegração de posse do prédio da reitoria que estava
ocupada pelos estudantes como forma de reivindicação pela abertura democrática
de negociação em relação a um convênio feito entre a universidade e a polícia
militar. Estudante não é bandido!
Em outras universidades de São Paulo, os estudantes
também estão sendo processados. Na Universidade Estadudal de Campinas, em 2011,
cinco estudantes foram processados por essa universidade por lutarem por
melhores condições na moradia estudantil.
Já na Unifesp, os estudantes do campus Guarulhos
estão sendo processados pela Justiça por inúmeros crimes, como formação de
quadrilha, por conta de ocupações de diretoria, seguidas de reintegrações pela
polícia, durante a maior greve das universidades federais dos últimos tempos,
que ocorreu no ano passado.
Outro ataque aos estudantes que está ocorrendo é a
retirada dos espaços estudantis, que abrigam entidades, como os Centros
Acadêmicos, e locais de convivência e de uso para a organização política
estudantil. Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Fundação Santo
André, além de estudantes e professores estarem sendo processados, o espaço
estudantil do Diretório Acadêmico foi considerado illegal e emparedado pela
faculdade. E, até agora, não há um local para que os estudantes possam se
organizar. Além disso, a faculdade está querendo processor todas as
organizações sociais e sindicais que se manifestaram em solidariedade a esses
estudantes.
Também
agora em 2013, a nova reitora da PUC, Ana Cintra, eleita de maneira
antidemocrática, abriu um processo
administrativo contra a professora da APROPUC Bia Abramides, por participar de manifestação conjunta com os estudantes no
CONSUN em 27/2. A prof.a Bia Abramides é reconhecida nacionalmente por seu
protagonismo nas lutas dos trabalhadores, na inserção junto aos
movimentos sociais e na trajetória de conquistas da categoria dos/as
assistentes sociais, em suas lutas por direitos, pela democracia e pela
emancipação humana.
Há
certamente outros casos semelhantes aos divulgados aqui em nosso estado. Para
nós, todos esses ataques representam uma ofensiva por parte das diretorias e
reitorias contra os movimentos estudantil e sindical nas universidades que há
anos se manifestam em defesa de suas reivindicações.
Entendemos
que todo esse processo é um ataque ao movimento estudantil e aos movimentos
sociais de conjunto. Por isso, nos
manifestamos contrários a tudo isso que vem ocorrendo.
No
dia 24 de abril, participaremos da Marcha à Brasília, que contará com a
participação de inúmeros estudantes e trabalhadores do país, e reivindicaremos aos
órgãos competentes da educação e da justiça de nosso país que tomem as devidas
providências para impedir e reverter a continuidade de todos esses casos.
LUTAR
NÃO É CRIME!
PELO
FIM DA CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS!