De João Pedro Mendonça do Coletivo Pra fazer diferente - UNICAMP
Neste 25 de janeiro, dos mais de 30
atos convocados em todo o Brasil contra as injustiças da copa do mundo, São
Paulo protagonizou o maior deles e, coincidentemente, o mais reprimido.Foram 3.000 manifestantes que se
concentraram às 17h no MASP, onde estava armado um acampamento de ativistas,
que tomaram as ruas da capital paulista. Independentes ou com os seus coletivos
e organizações, sejam estudantis, de professores, bancários, trabalhadores da
saúde ou como os sem-tetos do acampamento Esperança de Osasco/SP, ativistas do
combates às opressões como as mulheres do MML, negros do Quilombo Raça e Classe,
todos juntos entoavam gritos denunciando que no país da copa o que está em jogo
é o desdém de todos os governos aos problemas da população e que o mega-evento
só tem desgraçado ainda mais essa dura realidade.
Faltam menos de 5 meses para a
abertura da copa e aparentemente as reivindicações de junho foram esquecidas
por Dilma Roussef. Enquanto a presidente repete todos os dias que “Vai ter
copa”, a juventude e os trabalhadores seguem perguntando se vai ter educação,
saúde, transporte e moradia de qualidade? A resposta nos é negativa, pois
quando olhamos apenas para os gastos dos estádios, estes já ultrapassam em 50% a
previsão inicial, por conta da corrupção e dos superfaturamentos das obras.
Vemos então, mais dinheiro público que deveria ir para os serviços públicos,
sendo gentilmente entregue as empreiteiras e outros tantos setores privados
envolvidos com a Copa, que o povo brasileiro assistirá em casa.
Pra defender a Copa dos ricos e o país das injustiças: muita repressão!
Os governos teimosos em não
atenderem às justas reivindicações, vêm mostrando como pretendem dialogar, com
repressão! Mas ontem, a Polícia Militar de Geraldo Alckmin se superou e passou
dos limites! Antes do ato, cada quarteirão da extensa
Avenida Paulista contava com cerca de 15 policiais militares e com outras
centenas acompanhando o ato desde a sua concentração, completando cerca de 2.000
soldados destacados para a operação.
A manifestação seguia até à Praça
Ramos e passava pelo Theatro Municipal pacificamente até que a PM atacou suas
primeiras bombas e uma grande nuvem de fumaça se formou sobre os manifestantes.
Independente do pretexto utilizado pela PM em atacar, ela estava decidida em
acabar com o ato, pois quando os manifestantes tentavam sair da confusão, se
deparavam com todas as ruas ao redor cercadas com destacamentos policiais.
Quem seguia pelo centro de São
Paulo via o clima de terror instaurado pela PM na sua caça aos manifestantes,
deixando ruas intransitáveis pelo gás de lacrimogêneo, viaturas por todo o
lado, detendo 135 manifestantes e alvejando com duas balas de arma de fogo o
estudante da Unifesp, Fabrício, que encontra-se hospitalizado em estado grave
na UTI.
Dilma e Alckmin, suas bombas não nos calarão!
A desmedida atuação da PM de
Alckmin só fez aumentar o ódio à essa famigerada instituição filha da ditadura
militar e aumentar o volume do grito pela imediata desmilitarização das
polícias. Contudo, sabemos bem que a
atuação da polícia contava com uma motivação política de impedir a manifestação
de acontecer e terminar tranquilamente, pois Dilma e Alckmin não querem que a
população retome o gosto de tomar as ruas massivamente como fez em Junho do ano
passado e ameace a realização da Copa do Mundo.
Mas são eles que dia após dia,
manifestação após manifestação, não param de nos dar motivos para saírem às
ruas em defesa dos nossos direitos e do futuro que sonhamos!
A próxima manifestação em São
Paulo contra as injustiças da Copa do Mundo já está marcado para 22 de
fevereiro, e com ela o recado para a truculência dos governos: Na copa vai ter
luta!