27 de janeiro de 2014

1º ato contra as injustiças da copa em SP: repressão e a promessa “Na copa vai ter luta”!

            

                                    De João Pedro Mendonça do Coletivo Pra fazer diferente - UNICAMP



Neste 25 de janeiro, dos mais de 30 atos convocados em todo o Brasil contra as injustiças da copa do mundo, São Paulo protagonizou o maior deles e, coincidentemente, o mais reprimido.Foram 3.000 manifestantes que se concentraram às 17h no MASP, onde estava armado um acampamento de ativistas, que tomaram as ruas da capital paulista. Independentes ou com os seus coletivos e organizações, sejam estudantis, de professores, bancários, trabalhadores da saúde ou como os sem-tetos do acampamento Esperança de Osasco/SP, ativistas do combates às opressões como as mulheres do MML, negros do Quilombo Raça e Classe, todos juntos entoavam gritos denunciando que no país da copa o que está em jogo é o desdém de todos os governos aos problemas da população e que o mega-evento só tem desgraçado ainda mais essa dura realidade.

Faltam menos de 5 meses para a abertura da copa e aparentemente as reivindicações de junho foram esquecidas por Dilma Roussef. Enquanto a presidente repete todos os dias que “Vai ter copa”, a juventude e os trabalhadores seguem perguntando se vai ter educação, saúde, transporte e moradia de qualidade? A resposta nos é negativa, pois quando olhamos apenas para os gastos dos estádios, estes já ultrapassam em 50% a previsão inicial, por conta da corrupção e dos superfaturamentos das obras. Vemos então, mais dinheiro público que deveria ir para os serviços públicos, sendo gentilmente entregue as empreiteiras e outros tantos setores privados envolvidos com a Copa, que o povo brasileiro assistirá em casa.

Pra defender a Copa dos ricos e o país das injustiças: muita repressão!


Os governos teimosos em não atenderem às justas reivindicações, vêm mostrando como pretendem dialogar, com repressão! Mas ontem, a Polícia Militar de Geraldo Alckmin se superou e passou dos limites! Antes do ato, cada quarteirão da extensa Avenida Paulista contava com cerca de 15 policiais militares e com outras centenas acompanhando o ato desde a sua concentração, completando cerca de 2.000 soldados destacados para a operação.

A manifestação seguia até à Praça Ramos e passava pelo Theatro Municipal pacificamente até que a PM atacou suas primeiras bombas e uma grande nuvem de fumaça se formou sobre os manifestantes. Independente do pretexto utilizado pela PM em atacar, ela estava decidida em acabar com o ato, pois quando os manifestantes tentavam sair da confusão, se deparavam com todas as ruas ao redor cercadas com destacamentos policiais.

Quem seguia pelo centro de São Paulo via o clima de terror instaurado pela PM na sua caça aos manifestantes, deixando ruas intransitáveis pelo gás de lacrimogêneo, viaturas por todo o lado, detendo 135 manifestantes e alvejando com duas balas de arma de fogo o estudante da Unifesp, Fabrício, que encontra-se hospitalizado em estado grave na UTI.

Dilma e Alckmin, suas bombas não nos calarão!


A desmedida atuação da PM de Alckmin só fez aumentar o ódio à essa famigerada instituição filha da ditadura militar e aumentar o volume do grito pela imediata desmilitarização das polícias. Contudo, sabemos bem que a atuação da polícia contava com uma motivação política de impedir a manifestação de acontecer e terminar tranquilamente, pois Dilma e Alckmin não querem que a população retome o gosto de tomar as ruas massivamente como fez em Junho do ano passado e ameace a realização da Copa do Mundo. 

Mas são eles que dia após dia, manifestação após manifestação, não param de nos dar motivos para saírem às ruas em defesa dos nossos direitos e do futuro que sonhamos! 

A próxima manifestação em São Paulo contra as injustiças da Copa do Mundo já está marcado para 22 de fevereiro, e com ela o recado para a truculência dos governos: Na copa vai ter luta!