1 de fevereiro de 2012

ANEL repudia demissões do grupo Anhanguera


ANEL repudia demissões do grupo Anhanguera

O monopólio chegou à educação!

No início deste ano, diversos cursos e até faculdades inteiras foram compradas pela Anhanguera Educacional S/A, uma empresa que, como todas as outras, tem um único objetivo: lucrar. E, neste caso, lucrar com a educação.

Há alguns anos convivemos com a crescente privatização das instituições de ensino no Brasil, enquanto as universidades públicas estão cada vez mais precárias. O governo federal insiste em dizer que há mais jovens matriculados no ensino superior brasileiro, principalmente através de bolsas como o PROUNI. O que o governo não nos conta é que com os impostos que o governo abre mão de arrecadar, em média, para cada vaga gerada pelo PROUNI, três poderiam ser abertas em uma universidade pública. Quem o governo quer beneficiar, afinal? Assim, nos deparamos com as perguntas: quais as condições de ensino oferecidas atualmente por essas instituições? Porque não ampliar o financiamento público no ensino superior público e investir em qualidade de ensino, ao invés de injetar milhares de reais em instituições privadas, beneficiando somente os grandes empresários?

Na realidade, o que vem acontecendo é uma expansão desenfreada do ensino privado, que hoje detém cerca de 74% das matrículas no nível superior em todo o país. A educação se tornou um grande negócio e como tal está sendo tratada. Expressão disso foi a recente demissão em massa de cerca de 1500 professores do Grupo Ananhguera, no processo de aquisição de faculdades como a Uniban e Uniabc. Os próprios gestores da Uniban (faculdade recentemente comprada pelo grupo empresarial, que demitiu 400 docentes, totalizando metade de seu quadro) não escondem que o objetivo é exclusivamente a redução salarial e a chamada “reorganização financeira” de seus custos. A grande maioria dos demitidos são de mestres e doutores (que recebem cerca de R$ 35 a R$ 40 a hora/aula, mais que o dobro do salário de um especialista).

Com isso, a quantidade de professores e a qualidade de ensino despencou brutalmente! Reduções na carga horária de diversos cursos, resultando até em irregularidades junto ao conteúdo “mínimo” exigido pelo MEC, aumento abusivo das mensalidades, inclusão do programa de Ensino à Distância e outras atrocidades são a realidade de milhares de estudantes dessas instituições pagas. Tudo isso para garantir que os barões do ensino lucrem às custas de um direito, que é a educação.

A educação no nosso país se transformou em objeto de grandes cartéis e monopólios, e, a cada dia, mais jovens estão submetidos a essas grandes fábricas de diplomas. A falta de vagas na universidade pública, a alta concorrência do vestibular e a precarização do ensino médio público faz com que o ensino pago passe a ser a única opção para milhares de jovens. No Brasil 90% das instituições de ensino superior são privadas, controlando 74% do total de matrículas com uma fatura de 24 bilhões por ano.
Acreditamos que o acesso a uma Educação Publica e de Qualidade é um diretito de todos. Os bolsistas das Universidades pagas devem ser imediatamente incorporados ao quadro discente das universidades públicas. Os programas como o PROUNI devem acabar, dando espaço a um verdadeiro investimento e ampliação da educação pública. Defendemos 10% do PIB pra educação pública já, pois acreditamos que somente com investimento público em instituições públicas que será possível mudar a triste realidade da Educacao Brasileira.
Por fim, a ANEL repudia a demissão em massa dos professores e a queda cada vez mais acentuada da qualidade de ensino no nosso país.

Exigimos respeito!
Pela imediata reintegração dos professores demitidos!
Não ao monopólio da educação! Educação não é mercadoria!
Por uma educação pública, gratuita e de qualidade!